Membro do comitê do MPLA Wela João Cassule burlou mais de 100 milhões de kwanzas á 50 pessoas com garantia de residências nas centralidades



Um suposto funcionário do Fundo de Fomento Habitacional (FFH), órgão afecto ao Ministério da Construção e Obras Públicas (MCOP), identificado por Wela João Cassule, membro do Comité Provincial do MPLA em Luanda, está a ser acusado de ter burlado somas avultados em dinheiro a vários cidadãos, com a promessa de receberem residências em projectos habitacionais (centralidades) do Estado.


Em denúncias avançadas ao Club-K, o cidadão Wela João Cassul, teria se apresentado aos futuros beneficiários como funcionário do Fundo de Fomento Habitacional (FFH), alegando que tinha a função de cadastrar os funcionários públicos para receberem residências nas centralidades da Urbanização Vida Pacífica, no Zango 0 e no Zango 8000, e que no prazo de três semanas seriam chamados para assinar os contratos, pagar os emolumentos e receber as casas.

O suposto funcionário do FFH “exigiu” dos “interessados” o pagamento inicial de 100 mil kwanzas para assinar um documento, onde alegadamente continha os seus nomes e a tipologia da residência para cada pessoa.



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Ao aperceber-se de que se tratava de “burla”, o grupo abriu um processo-crime no Serviço de Investigação Criminal de Luanda, (Terra nova) contra o cidadão Wela João Cassul (suposto funcionário do Fundo de Fomento Habitacional), “mas para meu espanto, o mesmo já tinha vários processos de burlas passados pela àquela instituição”.

Passados quase dois anos desde a abertura do processo, o grupo diz ter sido informado que, no seu cadastro criminal, Wela João Cassule chegou a ser detido no dia 30 de Dezembro de 2022.

Na data marcada para a acareação, o advogado do arguido, Cláudio Pereira, não compareceu, e na semana seguinte, a Procuradoria mandou aparecer alguém da central para acompanhar os depoimentos. “Para nossa surpresa, o preso Wela João Cassul, não aceitou ser acompanhado pela Doutora que a PGR disponibilizou”, lamentam.

O processo foi remetido a 3 de Março de 2023, com o ofício nº 817, cuja recepção foi acusada pelo funcionário Manuel Fanta e a solicitação do processo foi feita pelo juiz do Tribunal Provincial de Luanda “Dona Ana Joaquina”, Sebastião Jorge Diogo Bessa, que supostamente abafou o caso.

“Todas as tentativas que os advogados fizeram, para junto do Tribunal poder acompanhar o processo, foram nulas”, disse um dos “burlados”.

Afirmam que “o juiz abafou o processo e criou uma manobra dilatória para expirar o prazo de detenção do arguido”, acrescentando que “desde o dia 3 de Março que ele pediu o processo até hoje não temos informação credível sobre o mesmo”.

O chefe da Secretaria Judicial do Tribunal Dona Ana Joaquina, João Francisco, informou na quinta-feira, 11 deste ano, aos advogados que “este processo ficou apenas uma semana no Tribunal e foi enviado de volta ao SIC, mas não sabia dizer a data e que funcionário enviou o referido processo”.

O Club-K sabe que, até a semana passada, o processo que envolve o cidadão Wela João Cassule, continuava por cima da mesa do juiz da causa, no lado esquerdo da mesa, junto com outros processos.

O acusado (Wela João Cassule) possui vários processos-crimes entre os quais mandado de captura do SIC-Talatona, burla de 50,000 USD, com o mandato de captura junto da Esquadra da Centralidade do Sequele, como a burla de 6 milhões de kwanzas, cujo processo corre trâmites no tribunal.

“O valor que me foi burlado era de 17 milhões de kwanzas, mas devido aos custos com advogados e terceiros, este valor ficou actualizado em 30 milhões de kwanzas”, revelou a este portal uma das vítimas.




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