No mesmo dia (13 de Maio) em que o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação inaugurava, em Luanda, o Conselho Consultivo Alargado do seu ministério em que concluiu que “a necessidade de comunicar mais e melhor tem conduzido os governos a apostarem em estratégias de comunicação institucional, com o propósito de conseguir um posicionamento, percepção e uma reputação positiva junto dos diferentes públicos, quer internos quer externos, capaz de gerar confiança e facilitar a realização de políticas públicas”, o Jornal de Angola dava prova de que o Governo continua muito distante do propósito, por ele mesmo assumido.
A alguns, não está mesmo a ser nada fácil “trabalhar mais e comunicar melhor”-
No dia anterior, o Presidente da República esteve em Malange para dar por concluída a construção da barragem de Laúca e, compreensivelmente emocionado com o que os seus olhos viam, decretou ali mesmo o fim da crise energética no país.
"Portanto, o problema da energia está a ser resolvido e o que devo dizer é que a indústria está, neste momento, atrás da oferta de energia”, disse o Presidente quando dava por concluído um empreendimento em que José Eduardo dos Santos, que deu início à obra, não foi, no entanto, tido e nem achado.
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Se a indústria corre atrás da energia é porque essa ainda não é suficiente. Ou não é assim?
“Galvanizado pelas palavras do Presidente João Lourenço, no dia 13 o Jornal de Angola chamou para a sua manchete: “País já produz energia suficiente para cobrir as necessidades actuais”.
Perante tal manchete, um investidor estrangeiro que tivesse desembarcado naquele mesmo dia em Luanda concluiria que bastar-lhe-ia assinar um contrato com a ENDE e teria garantida energia para o empreendimento que se propusesse erigir em Angola.
Mas, não é assim.
A energia é um pacote único em que produção e distribuição têm de andar de mãos dadas.
Em Malange, o Presidente da República deixou subentendida a ideia que o papel do Governo se esgota na produção da energia e limpa as mãos quanto à distribuição.
Da afirmação do PR, citada pelo Jornal de Angola, segundo a qual a “indústria, agora, é que deve correr, para acompanhar a oferta” infere-se que a um investidor interessado em montar uma fábrica de bicicletas em Kalandula, muito perto de Laúca, não bastariam vontade, projectos. O capital inicial do empreendimento teria de contemplar, também, a construção ou aquisição de torres de transporte de energia e a contratação de mão-de-obra para esse propósito específico. E com isso, os custos do empreendimento chegam facilmente à estratosfera.
De modo que a manchete do JA é enganosa e não se encaixa no agora designado paradigma de fazer mais e comunicar melhor.
Para não variar, o Governo classifica o Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca como um dos maiores de África.
Não obstante a grandeza do empreendimento, as noites nas aldeias que lhe ficam a escassos quilómetros são totalmente tomadas pela escuridão e os cantineiros aviam-se com pequenos, mas barulhentos, “fofandós” para pôr a funcionar pequenos televisores, os principais chamarizes da miudagem que dá vida às cantinas.
No “Quimbo que kuya” o “líquido” dispensa temperaturas baixas...
Graça Campos
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