JÁ SE CONFUNDE SEXO COM PORNOGRAFIA: Caldo entornou no programa "Eles & Elas"



Que tsunami foi aquele que houve ontem no programa "Eles & Elas" da TV Zimbo? 

Uma abordagem sobre o tema dos fetiches e tabus em matéria de sexo não é coisa doutro mundo. Precisamos sair da caixa, avançar de forma didáctica e a televisão é exactamente um bom meio para se atingir esse fim. 

Todavia, aquilo que vimos ontem esteve longe de ter efeito pedagógico. Chamem-me quadrado e retrógrado que eu aceito tranquilamente. Mas considero que falar de sexo, naquela dimensão e com aqueles pormenores, na nossa realidade não deve ser antes das 23 horas (ver nota de rodapé).

O programa foi ao ar logo após o telejornal nocturno, que geralmente termina às 21 horas, mais coisa menos coisa. A essa hora ainda temos 90 por cento das nossas crianças e adolescentes bem acordados.



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Pois bem, houve um marmanjo, entre os convidados ao painel, que abordou o tema como se estivesse, literalmente, num prostíbulo. Atingiu o clímax da grosseria e do que é boçal quando a apresentadora trouxe à baila um aspecto super sensível do tema. Ou seja, se o tamanho do pénis é importante para a satisfação das mulheres durante o acto sexual.

O indivíduo defendeu que sim, era importante e determinante. Mas fê-lo sem o menor pudor, com gestos obscenos e quase pornográficos. 

Pior do que isso é que foi ao ponto de ofender directamente as senhoras que compunham o lado feminino do painel, quando quis, à viva força, demonstrar que o tamanho do membro viril, na sua óptica, é fundamental para as mulheres obterem satisfação no acto sexual.

 "Estas senhoras que estão aqui, elas gostam mesmo é de sentir um bom..." dizia o indivíduo, e quase ia a fazer o gesto explícito quando foi travado, prontamente, pela mais nova das painelistas, que mostrou toda a sua indignação. No que foi imediatamente seguida pelas outras duas senhoras, que exigiram que o tal indivíduo -- armado em sexólogo sem o ser -- se retratasse. 

"Quem lhe disse que gostamos disso? Olha que estamos aqui, mas temos maridos", barafustou uma delas que é psicóloga, julgo eu. 

Num último assomo de sensatez, no final o homem lá se desfez em pedidos de desculpas às colegas do painel e ao público em casa. Mas a verdade é que o mal já estava feito e a culpa não deve ser somente assacada a ele, como também à realização do programa. 

Portanto, a TV Zimbo está assim: sem critérios nem freios na guerra das audiências. 

Devo aqui lembrar, por outro lado, que à sexta-feira, no mesmo horário, a estação televisiva põe no ar um programa que tenta recriar, ridícula e grotescamente, um ambiente de discoteca. 

Esquecem-se que uma discoteca não é propriamente um lugar educativo. E que um pai decente, mesmo aquele que frequente discotecas e locais similares, não deseja que o seu filho ou filha faça o mesmo antes de ter atingido a maioridade e poder se auto-sustentar, fazendo as escolhas que bem entender. Ou seja, vivendo fora da casa dos pais. 

Para muitos de nós, equivale a uma tremenda falta de respeito ver uma filha nossa regressar a casa pela madrugada, mesmo que essa filha já tenha passado há muito dos vinte anos. 


(*) Há um conhecido sucesso musical dos Irmãos Almeida em umbundu cujo refrão diz mais ou menos isto:  "Kacilingile posamua, momo vonjo kuli akombe". 

Vertido para o português significa: "Façam isto lá fora. Porque há visitas em casa." Pode ser interpretado como um conselho para que certas manifestações íntimas sejam feitas com recato. Fora dos olhares das pessoas.

Severino Carlos 



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