O jornal O Crime teve acesso a uma participação criminal remetida pelo Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES), ao Serviço de Investigação Criminal (SIC), a dar conta da existência de supostos docentes de nacionalidade portuguesa que leccionam em Angola com títulos académicos falsos.
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O jornal O Crime teve acesso a uma participação criminal remetida pelo Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES), ao Serviço de Investigação Criminal (SIC), a dar conta da existência de supostos docentes de nacionalidade portuguesa que leccionam em Angola com títulos académicos falsos.
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Este jornal apurou que das investigações efectuadas pelo SIC, alega-se que Mário Rui Ferreira Marques, que ostenta o título de engenheiro, por exemplo, talvez nunca tenha colocado os pés numa universidade para se formar.
A referida participação data de 2018 a 2021 e decorre trâmites no Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Luanda, com o número de processo 681/023-B, onde são denunciados alegados professores universitários portugueses que leccionam em Angola com títulos académicos falsos.
Entre os supostos docentes sob investigação, constam nomes como do presidente da entidade promotora da Universidade Jean Piaget de Angola e professor universitário, identificado por Mário Rui Ferreira Marques, Nuno Lopes, professor e secretário-geral do Instituto Jean Piaget de Benguela, Mónica Gomes, professora da mesma instituição, Maria da Fé Paiva, professora de medicina dentária da Jean Piaget em Luanda, Rui Brochado, antigo reitor desta instituição em Luanda e José Rocha, também antigo administrador da já referida instituição, em Luanda.
Estes são os cidadãos portugueses que se encontram em Angola a leccionar em universidades como técnicos superiores, mas são denunciados pelo INAAREES por ostentarem títulos académicos duvidosos.
Este jornal apurou que das investigações efectuadas pelo SIC, alega-se que Mário Rui Ferreira Marques, que ostenta o título de engenheiro, por exemplo, talvez nunca tenha colocado os pés numa universidade para se formar.
Assim como em Portugal, ele pode nunca ter leccionado em algum estabelecimento de ensino, uma vez que se suspeita não ter habilitação para tal.
O INAAREES reclamam que, embora os visados se recusem apresentar os documentos que os habilita a leccionarem em Angola, conseguem (por portas e travessa) trabalhar no país , o que preocupa aquela instituição que apela às autoridades angolanas, na pessoa do ministro do Interior, para agir em conformidade sobre tais denunciados.
Para o SIC, este é um esquema ao nível de uma organização criminosa, onde se pode considerar Mário Rui Ferreiro Marques como o cabecilha.
Para além de serem investigados pelo crime de falsificação de documentos, os expatriados acima referenciados e a Universidade Jean Piaget estão também a ser investigados pelo crime de branqueamento de capitais, isto é, investigação sobre dinheiro que é movimentado de Angola para Portugal de forma ilícita.
O SIC suspeita ainda que os alegados professores universitários, que vêm a Angola leccionar, podem ser marginais, uma vez que a maioria dá aulas com documentos falsos.
As nossas fontes acreditam também que a professora Maria da Fé talvez não tenha a 6.ª classe concluída, mas é tratada como “professora” e “doutora” de clínica dentária.
Na semana passada, o SIC notificou o presidente e dono da Universidade Jean Piaget, Oliveira Cruz, tendo, na sequência disso, havido uma reunião de emergência que causou sérios problemas a Mário Rui Ferreiro Marques.
Dito de outro modo, este terá efectuado vários telefonemas no sentido de abafar o caso, mas acabou de levantar suspeição, pois quem não deve não teme. Desta feita, mostrou temer algo, porque chegou ao ponto de procurar o auxílio do actual governador de Benguela, Manuel Nunes, para este junto do PR ou ministro do Interior pôr fim ao processo.
Por outro lado, as nossas fontes dizem que os envolvidos tentam também abafar o caso pela via de aliciamento a responsáveis do SIC, assim como instrutores do processo, para arquivamento ou sumiço, para além de terem a intenção de montarem uma cabala de descrédito sobre os investigadores do caso.
Jornal O Crime
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