A “sede” e restantes ramificações do MPLA, SINSE, SIC, secretaria do Presidente da República para os Assuntos Sociais , governos provinciais e tudo o mais que estava à mão de semear perderem a peleja pelo controlo da direcção da Cruz Vermelha de Angola.
Como nas eleições de Agosto passado, à generalidade dos funcionários do CVA foi “orientada” para votar na candidata do “Partido”, a antiga ministra da Acção Social e Promoção da Família, mas no momento do voto deram a volta às “orientações superiores”. Os funcionários seguiram as suas consciências e votaram, quase unanimemente, na concorrente Delfina Cumandala.
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À hora em que esta peça era escrita, não estavam ainda contabilizados todos os votos, mas a vantagem de Delfina Cumandala (40 x32) já era impossível de reverter.
A menos que a contagem fosse confiada à Comissão Nacional Eleitoral…
A candidatura de Faustina Alves para a presidência da Cruz Vermelha de Angola teve o apoio empenhado da direcção do MPLA e de todos os seus tentáculos, neles se incluindo os governos provinciais e os” serviços “
Para fingir algum distanciamento partidário, uma exigência do Comité Internacional da Cruz Vermelha, de que o CVA, uma resolução interna do Comité Central do MPLA, dada a conhecer nas últimas horas, dava conta da desfiliação de Delfina Alves do partido que governa Angola há quase ininterruptos 50 anos.
Activista social, Delfina Cumandala está ligada à Cruz Vermelha de Angola há mais de 20 anos.
Durante a campanha, prometeu dar solução imediata a maior inquietação dos funcionários da instituição, que são os salários, geralmente pagos em intervalos de vários meses.
Desconhecedora da “casa”, Faustina Alves ficou-se por promessas vagas, sem qualquer compromisso concreto de atender a principal demanda dos funcionários da instituição.
Não se sabe se os Estatutos do MPLA permitem que Faustina Alves recupere o seu lugar no Comité Central, agora que ficou sem o que fazer.
A derrota de Faustina Alves, por cuja candidatura a própria secretária para os Assuntos Sociais do Presidente da República deu a cara, é outro (sério) aviso à navegação.
Graça Campos
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