Há um ano, Angola abriu um consulado-geral de Angola em Istambul, a capital económica da Turquia, que nada faz.
Com sete diplomatas despachados de Angola, encabeçados pelo Colense Sebastião, o consulado continua sem emitir vistos aos empresários turcos ou documentos nacionais aos mais de 1500 angolanos residentes naquele país.
A comunidade angolana na Turquia manifesta-se agastada com mais este comportamento do governo de usar missões diplomáticas para celebrar a incompetência e a nulidade de muitos quadros para quem são criados “tachos” no exterior.
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Trata-se mais de um sorvedouro das finanças públicas e de um cargo de acomodação do ex-director de gabinete do ministro das Relações Exteriores (MIREX), Téte António.
Os custos de manutenção do consulado-geral em Istanbul podem ultrapassar um milhão de dólares apenas para erguer mais uma missão de vaidade.
A comunidade angolana tem de recorrer à secção consular da Embaixada de Angola, em Ankara, para tratar de documentos e actos migratórios afins. Essa secção tem apenas dois funcionários.
Fontes do MIREX garantem que o consulado tem o mesmo número de funcionários que a embaixada de Angola. Ankara, a capital da Turquia tem apenas o registo de seis estudantes angolanos para além do pessoal diplomático.
Tem sido recorrente muitos embaixadores queixarem-se da rigorosidade da ministra das Finanças na atribuição atempada de verbas às embaixadas, mas poucos se queixam de nada fazerem por incompetência. O governo continua a utilizar as embaixadas como o vale dos caídos, para acomodação de familiares e amigos e doentes que precisam de tratamento permanente no exterior.
Por exemplo, em Washington há mais de 30 funcionários enviados de Luanda, cuja actividade não se percebe e muito menos a dos últimos embaixadores que se notabilizaram por nada terem feito. Na prática, o trabalho diplomático é entregue a uma empresa de lobistas americanos. Enquanto o presidente João Lourenço faz eco da sua intenção de melhorar as relações com os Estados Unidos da América, a nomeação de Agostinho Van-Dúnem para embaixador nesse país vem demonstrar a falta de política externa em Angola, que valha a pena perceber.
Agostinho Van-Dúnem nunca esteve numa embaixada. Esta é a sua primeira missão diplomática.
Carlos Amaral
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