Activistas angolanos protestam em Londres contra João Lourenço



O Presidente da República, João Lourenço, foi, este domingo, 7, alvo de um protesto espontâneo, promovido por jovens activistas angolanos, residentes no Reino Unido, que o acusaram de ‘imposto’ e de não ter vencido as eleições de Agosto de 2022.

A manifestação, que reuniu perto de três dezenas de jovens, estendeu-se por mais de uma hora, defronte ao hotel Four Seasons Hamilton Place, localizada no centro de Londres, nas proximidades do Palácio de Buckingham — a residência oficial e principal local de trabalho do monarca do Reino Unido.

“Povo no poder”, “Enough is enough (Já é suficiente)”, “Lourenço must go (Lourenço deve partir)”, “Free Tanaice Neutro (Libertem o Tanaice Neutro)”, “What we want? Justice! When we want? Right how! (O que é que queremos? Justiça. Quando queremos? Agora)”, “Liberdade já!”, “Abaixo os marimbondos” [referência aos corruptos]. Foram algumas das palavras de ordem ouvidas durante a live transmitida pela página ‘A Outra Teoria’, de um activista angolano residente na Inglaterra.



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Os primeiros instantes da manifestação, transmitida em directo, ficaram marcados por um sentimento de vitória por parte dos activistas, que alegavam ter sido desviados pela Presidência da República, que teria posto a circular uma informação, indicando uma outra localização do hotel onde o chefe de Estado angolano e a primeira-dama, Ana Dias Lourenço, estariam hospedados.

Assim que o “endereço correcto foi descoberto”, mais manifestantes foram chegando ao local, munidos de capazes e proferindo várias palavras de ordem, como: “Libertem o Tanaice Neutro”, “Lourenço must go”, “Liberdade já”, “Povo no poder”.

Entretanto, os seguranças do hotel ainda chegaram a interpelar os manifestantes, informando-os que o Presidente angolano já não se encontrava no hotel. Mas, os activistas insistiram em dizer que João Lourenço e todo o seu staff se mantinham ali.

A pobreza em Angola, a não institucionalização das autarquias e sobretudo a questão dos presos políticos foram também temas vezes sem conta proferidos nos gritos de protestos dos activistas angolanos, vivendo em Londres, Manchester e em outras partes de Inglaterra.

Os manifestantes, que acusaram João Lourenço de não ter sido convidado a participar da cerimónia de coroação do Rei Carlos III e da sua consorte Rainha Camila, criticaram o chefe de Estado angolano por, alegadamente, deslocar-se a Londres para fazer “turismo presidencial”, hospedando-se num hotel luxuoso na capital inglesa, com uma diária de quase 25 mil dólares norte-americanos.

Esta informação dos activistas é, entretanto, contrariada por uma outra, publicada na página do Presidente da República de Angola do Facebook, que dava conta, na sexta-feira, 5, de que João Manuel Gonçalves Lourenço e a primeira-dama da República, Ana Dias Lourenço, participaram na recepção que teve lugar no Palácio de Buckingham, antes da coroação do Rei Carlos III e a Rainha consorte Camila.

Ao contrário do que aconteceu em outras ocasiões, como foi, por exemplo, o caso dos Estados Unidos da América, por ocasião da cimeira EUA-África, a página do Facebook da Presidência da República não publicou uma única foto a reportar o momento da recepção, senão uma foto em que João Lourenço aparece acompanhado de Ana Dias Lourenço.

O Telegrama




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