Pela primeiras horas do dia 26 de Abril de 74, seria tomada a sede da PIDE/DGS, ao chiado, Lisboa. A PIDE foi, de facto, a última instituição a cair após o “golpe de Estado” do dia anterior. Passados 45 anos, continua dividir a opinião de historiadores sobre o por que a PIDE não reagiu para travar a revolução do dia 25 de Abril de 74. Há versões de que deveu-se ao antecedente da tentativa dos golpes de Estado de Beja (31 de dezembro de 1961) e a revolta das Caldas (16 de Março de 1974), em que a PIDE deixou os revoltosos saírem a rua para ter motivo de prender os responsáveis. Outra versão sugere que a PIDE estava infiltrada de “Spinolistas” e que o seu director Silva Pais, foi apanhado de surpresa por um telefonema do secretario do Estado do exercito, Viena de Lemos informando-o da ocorrência do golpe.
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Em entrevista a RTP, o ex-inspector da PIDE, Abílio Pires revelou que três dos seus colegas (Óscar Cardoso, Sílvio Mortagua, Fernando Alves) dormiram, neste dia, na sede para prevenir que o colega Coelho Dias, conotado a Spinola desse um golpe dentro da instituição. Há testemunho de que ao tempo que o general António Spinola esteve como comandante na Guine Bissau, era o inspector Coelho Dias que ia pega-lo a pista do aeroporto escoltando-o, sempre que regressasse a Lisboa.
A PIDE não esteve nas prioridades dos revoltosos/capitães como instituição a ser tomada no dia 25. Por outro lado a PIDE também não impediu ao “golpe”. O depoimento dado em 2003, pelo ex- inspector Óscar Cardoso que na noite do golpe dormiu na sede PIDE, dá sustento a tese de que a instituição mais temida do regime estava mesmo tomada por Spinolistas. “Quem estava a chefiar a subdelegação era o inspector Fragoso Allas, um homem que traiu a PIDE no 25 de Abril. O Fragoso Allas, que depois esteve na Guiné, dava-se muito bem com o Spínola. No 25 de Abril estava feito com ele. Mas não era o único! O inspector superior Rogério Dias Coelho, antigo colega de Spínola no Colégio Militar, era outro que tal. No 25 de Abril já estava indigitado por Spínola para ser o novo director-geral!”.
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