Job Capapinha é o governador mais corrupto de Angola



Entre as várias acusações, destaca-se a da sobrefaturação das rendas dos edifícios alugados pelo Governo do Cuanza Sul para residências protocolares dos vice-governadores e uma em Luanda para a representação do governo, confirmada pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC).
Houve também a denúncia sobre o aluguer de viaturas, igualmente protocolares, que orçaram um valor superior ao da compra das mesmas, numa clara demonstração de prepotência, uso e abuso do erário público.
Uma comissão da Inspecção-Geral da Administração do Estado esteve a trabalhar naquela província para avaliar as várias denúncias ligadas à irregularidades na gestão de Capapinha e concluiu que tem havido realmente crime de peculato, com gestão danosa do erário público.
Outra informação dava conta que a SIC, no Cuanza Sul, emitira um mandado de revista, busca e apreensão de cartões da rede de supermercados Maxi em posse de responsáveis do Governo Provincial local.


De acordo com o mandado, os cartões estavam em nome do Palácio do Governo Provincial, da Casa Protocolar do vice-governador para o Sector Técnico e Infra-estruturas, da vice-governadora para o Sector Político, Económico e Social, do Gabinete do Governador, do secretário-geral e em nome do protocolo do Gabinete do Governador.
Job Capapinha foi ainda acusado de estar por trás da falsificação de uma dívida pública do governo provincial ao Grupo Chicoil Lda, no valor de mais de 16 mil milhões de kwanzas.



São passados quatro anos e dois meses desde que o Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, indicou, para província do Cuanza Sul , Job Pedro Castelo Capapinha em substituição do general Eusébio de Brito Teixeira, no âmbito da política de rotatividade e substituição de quadros do aparelho de Estado.




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Visivelmente emocionado, Capapinha disse na sua apresentação no Salão Nobre do Governo do Cuanza Sul, cito na marginal do Sumbe, em presença do ministro da Administração do Território e Reforma do Estado, Adão de Almeida, que veio ao Cuanza Sul para mudar o quadro sombrio e a começar por eliminar o badalado caso “lama e poeira” na cidade capital da província.

 

O governador até foi mais longe, tendo na ocasião se pronunciado aos quatro ventos: “Eu até fui bafejado pela sorte porque trouxe já comigo o dinheiro” - fim de citação.

 

No início das suas actividades, a primeira coisa que Capapinha fez foi alugar uma vivenda no Instituto Nacional de Petróleos, com custos suportados pelo governo da província, por vários meses, valores estes que não transpiraram ao público governado.

 

Para enganar a opinião pública, o governador passou andar em sua viatura pessoal de marca Hummer, de cor verde, alegadamente por não lhe ter atribuído viatura pelo governo central.

 

Mas, no entanto, aquando da entrega de pastas pelo governador cessante, o general Eusébio Teixeira procedeu igualmente a entrega a Capapinha uma viatura de marca ‘Toyota Land Cruiser V-8’, cor cinzenta, esta pertença do governo do Cuanza Sul.

 

Por capricho, porque Capapinha encontrou dinheiro nas contas do governo local, nada mais fez senão orientar ao então vice-governador para o Sector Económico, Joaquim Ricardo de Almeida (Joy), a aquisição de viaturas protocolares para o governo da província.

 

Dito e feito. Foram adquiridas imediatamente três viaturas nomeadamente: ‘Lexus’, de cor preta, ‘Land Cruiser V-8’, de cor preta, e ‘Toyota Land Cruiser’, vulgo chefe máquina, de cor castanha, para apoio protocolar.

 

Capapinha nem se interessva com as obras de restauro do Palácio do Povo, casa protocolar dos governadores e sentindo-se pressionado, deixou a vivenda do INP e passou para outra residência de aluguer, cita na rua 14 de Abril, junto a Rádio Cuanza Sul, sem se saber quanto se estava a pagar.

 

Sorte ou não, foi aquando da vinda do Presidente da República, João Lourenço, a Cuanza Sul para orientar a reunião do Conselho de Ministros que o governador – talvez por orientação do chefe do Executivo – deixou rapidamente a residência onde estava e passar a viver no Palácio do Povo.

 

Fontes afectas ao governo dão conta que, das duas residências alugadas, sendo a do INP e a da rua 14 de Abril, o governo do Cuanza Sul pagou avultadas somas em dinheiro, sendo parte dele caído para os bolsos do governador.

 

Feito isso, e porque os dois vice-governadores se contentavam com viaturas do tipo ‘Toyota Hillux’, cores brancas, retiradas ao partido MPLA, o governador engendrou de forma maquiavélica um plano para enriquecer facilmente. Mandou contratar uma empresa de nome ‘ANGOGUERÓ’, gerida por um mauritaniano. 

 

Da ‘ANGOGUERÓ’, Capapinha mandou alugar duas viaturas de marcas ‘Toyota Prado TXL’, sendo uma de cor branca e outra preta cinza, para os vices-governadores e uma viatura ‘Toyota Hillux’, último modelo, quase azul, para o GEPE.

 

Essas viaturas são pagas com dinheiro do governo provincial no valor de Kzs. 12.000.000.00 (doze milhões de Kzs por mês) e cogita-se que a empresa proprietária das viaturas, com sede em Luanda, seja do interesse de Job Capapinha.

 

E a polémica encontra sustentabilidade com a abertura de uma representação do governo do Cuanza Sul em Luanda, desde dia 26 de Fevereiro de 2020, supostamente para atendimento ao público e protocolo. A representação do governo do Cuanza Sul em Luanda está localizada na rua Francisco das Necessidades Castelo Branco, n.º 28, apartamento n.º 02, R/D, no bairro dos Coqueiros, distrito urbano das Ingombotas.

 

Levantam-se vozes da sociedade local, de activistas cívicos e políticos, de que tudo isso não passa de manobras para enganar o povo e daí, o desvio do erário, uma vez que segundo os interlocutores, o edifício pertence mesmo ao governador que vai embolsar dinheiro alocado ao governo do Cuanza Sul.


Mas juristas e académicos refutam a inquietação dos cuanzasulinos pelo equívoco ou falta de conhecimento de que, os governos provinciais não podem ter representações em Luanda. Segundo eles, administrativamente é lícito que os governos tenham representações em Luanda para facilitar a tramitação da documentação a partir do governo central. Agora, se o edifício pertence ao governador, isso é outro caso que vem explicito na Lei da Probabidade Pública.

 

Apurou-se igualmente que o governador simulou apenas que iria morar no palácio mas, afinal de contas continua em casa de aluguer na rua 14 de Abril, junto a Emissora provincial da RNA do Cuanza Sul, onde ainda tem sido visto.




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