O QUE PAULO DE ALMEIDA NÃO QUIS DIZER- José Gama



Jonas Savimbi, o líder fundador da UNITA dizia que quando se fala com o seu interlocutor, o mais  importante não é o que ele diz, mas sim aquilo que ele não quis dizer.  A recente entrevista ao “Novo Jornal” do antigo  Comandante – Geral Paulo de Almeida , é objeto de analise em vários pontos, sobretudo naquilo que ele não quis dizer quando abordado sobre a questão das redes do  trafico de droga em Angola.   Como antigo numero um das forças da ordem pública, era expectante que Paulo de Almeida ajuda-se a compreender melhor sobre  este fenômeno sobretudo nesta fase em que um denunciante Geny Quintas “Man Gena”  tem  se destacado a fazer  graves denuncias implicando até mesmo um oficial que acaba de ser  elevado ao topo da hierarquia da polícia de investigação angolana.  Neste capitulo,  Paulo de Almeida evitou abordar o assunto com excelência. Transportou responsabilidades a todo dizendo que o fenômeno não esta apenas nos “agentes” (entenda-se da PN), mas nos “agentes de vários sectores”.


A  entrevista revela um alto oficial  do Estado  angolano a  explicar   a forma pouco cortes das autoridades que o exoneraram do cargo  quando estava no exterior do país (República Democrática do  Congo) em missão de serviço a representar o Estado angolano. O que relatou expõem a existência de problemas de relações humanas e de  comunicação entre os “stakeholders” do aparelho do Estado. As entidades  são exoneradas sem prévio aviso e sem uma nota de apresso pelos seus préstimos, o que contraria com o novo lema do MPLA de  "trabalhar mais e comunicar melhor”. Há que se retificar e melhorar a comunicação no governo.




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Durante a campanha eleitoral do MPLA de 2017, João Lourenço a época candidato presidencial prometeu combater o compadrio, que à semelhança da corrupção, havia se tornado uma marca na governação do seu antecessor.  No conteúdo da  entrevista,   é retratado a existência de um ministro, no governo,  com capacidade de influenciar o Presidente da República.  O Presidente João  Lourenço,  tem a reputação  de não ouvir ninguém e pela entrevista identifica-se  este ministro Eugenio Cesar Laborinho como uma rara  exceção. Laborinho é o responsável pela  saída de Paulo de Almeida e de outros  como Antônio Sita e Rui Gomes  mencionados   na entrevista.  Para além do “amiguismo”, “humilhações politicas”, sobressaísse a leitura do surgimento de homens fortes no regime. Involuntariamente, a  entrevista  expõe que João Lourenço, está interessado em criar homens fortes e não instituições fortes. 


Apesar de haver em Angola,  a  Caixa de Segurança Social da FAA, Caixa de Protecção Social do MININT,  a referida entrevista expõem a falta de confiança das altas patentes a estas estruturas  que deveriam cuidar das pessoas.  Fica também exposto que  o Estado angolano não prepara o “Day After”  dos seus governantes.  Em outras realidades como é o caso da África do Sul, o dirigente é capaz de celebra quando cessa  funções ou se reforma, porque logo a seguir é condecorado,  e  recebe  de forma antecipada uma elevada  quantia monetária  para a sua reforma.  No caso de Angola é diferente porque vimos um Paulo de Almeida com a idade que tem (de reforma), a oferecer-se ainda para trabalhar para o poder. Fica ainda  subentendido que para os dirigentes angolanos,  depois da politica não há uma vida com dignidade.


Em resumo, encontramos nesta entrevista aquilo que Paulo de Almeida não quis dizer ou nuca quis dizer. O ex- comandante não quis falar sobre as redes  trafico de droga e o risco de termos oficiais amigos dos barões a serem elevados para altos cargos no Estado.  O comissário reformado  não quis falar que existe problema de comunicação no governo.  Não quis falar do problema da segurança social que não oferece dignidade a ninguém, ao ponto de termos tido um ex-Presidente da República que  meses antes do leito da morte, teve de ser o seu médico João Afonso, a comprar os fármacos necessários quando no estavam em Luanda a observar um surdo embargo.  


          𝐉𝐮𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐒𝐨𝐦𝐨𝐬 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐒𝐞𝐠𝐮𝐫𝐚𝐧𝐜̧𝐚 𝐒𝐨𝐜𝐢𝐚𝐥




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