O DIÁRIO DE UMA VIAGEM DE ALTO RISCO- 1974 / 75: QUANDO FUGIMOS DE ANGOLA PARA O CONGO EU E O BETO “BELARMINO WILSON”- FERNANDO VUMBY



No dia em que fugimos de Angola para o Congo deixamos uma mensagem no chão do quarto, onde passamos a última noite no bairro Rangel  com o código   "As pombas voaram e chegaram bem”.


Vos garanto irmãos,  essa história sobre a nossa viagem de alto risco. 

Teve de tudo um pouco, é mirabolante tem detalhes de fazer qualquer um ficar de boa aberta e se não for forte  pode mesmo cair de cú e possuido por lagrimas. 



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Vou tentar estruturar essa crônica de forma a não me escapar nenhum detalhe e tudo farei para manter o controle das minhas emoções. 


Pois o lado mais triste da nossa viagem de alto risco foi marcada pela morte do meu amigo, irmão e companheiro de viagem sem que eu tenha visto seu corpo. (Detalhes para outra crónica). 


Pois , ao contrário de outros jovens que quando abandonaram Angola já tinham. 


O que se chamava de guias que lhes  orientava  o caminho clandestino no maior secretismo para não espantar a desconfiança dos muchachos da polícia secreta portuguesa PIDE / DGS. 

Isto aconteceu até mesmo com  o mais velho  José Eduardo dos Santos  ex-presidente da república, Kolombolo,  Antoninho Maicas ( Cruz ). 


E outros tantos  mais velhos até meus conhecidos apesar da diferença de idade que se juntaram.


Aos movimentos já seguindo  algumas orientações das tais  células clandestinas do MPLA e da FNLA que já operavam em alguns bairros de Luanda.


Eu e o Beto  fomos  avupá como se costuma dizer, sem qualquer orientação. 


Isso aconteceu  pouco antes do 25 de Abril de 1974 todo território angolano ainda estava sob pleno e total controlo das autoridades portuguesas. 


E viajar para Cabinda  que foi a nossa ponte de ligação não era canja. 


Pois era logo relacionado com alguma intenção de se avançar até aos Congos, onde estavam os denominados pelos negros por irmãos cambutas, e  pelos brancos os pintados de terroristas.


Essa viagem foi preparada por nós na maior das calmas para não despertarmos as atenções eu da minha mãe.


E o Beto também da sua mãe e das suas irmãs uma delas era a Gina uma bem boa,  que era na altura noiva ou mesmo ja esposa de um Soares que trabalhava na Luso Holanda. 


Beto de seu verdadeiro nome Belarmino Wilson era o meu maior e melhor amigo na altura. 


Éramos  como irmãos  do mesmo sangue,  com ele fazia tudo, mas mesmo tudo, nos entendemos  tão perfeitamente e até de olhos e boca  fechada. 


Curioso  até mesmo a primeira miúda do bairro Rangel,  com que namorei  uma negra tão escurinha ao ponto que às noites na escuridão do quarto.


Só lhe via quando abrisse a sua boca por causa do brilho dos seus dentes brancos  que brilhavam como ouro, por um pouco o Beto também  lhe agarrava depois que eu tinha terminado a relação com ela.


É importante  continuar,  pois o jindungo dessa crónica ainda estou para relatar relacionado com a chegada á Cabinda, atravessia da fronteira pela madrugada e a morte do Beto, etc, etc.



          𝐉𝐮𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐒𝐨𝐦𝐨𝐬 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐒𝐞𝐠𝐮𝐫𝐚𝐧𝐜̧𝐚 𝐒𝐨𝐜𝐢𝐚𝐥




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