DOSSIÊ 27 DE MAIO: TORTURAR PARA FORÇAR CONFISSÕES "MONTANÉ " O OFICIAL OPERATIVO CUBANO QUE INTERROGOU O JUNQUEIRA- IN MEMÓRIAS

Montané era  um cubano mulato na altura já estava na casa dos seus 50 e poucos anos de idade  fazia parte dos homens fortes dos serviços secretos cubano. 

Enviado por Fidel Castro para  Angola  dentro dos acordos entre os dois regimes ditatoriais comunistas para instruir e assessorar futuros quadros angolanos da contra inteligência militar em especial.

Não tenho a informação que tivessem instruído e  assessorado também. 

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Os homens da DISA polícia secreta de Agostinho Neto, falo de Montané e de outros cubanos que conheci pessoalmente como instrutores e depois assessores sem gaguejar.

Porque estive lá e com eles naquele que foi o primeiro curso de quadros operativos angolanos de contra inteligência militar ministrado em território angolano.

Conheço e me recordo de todos eles ex colegas de ontem angolanos , muitos deles apesar da idade ainda no ativo mascarados de quase tudo e até de reformados e reservistas.

O Montané era um truta sim na investigação criminal, mas nunca tinha imaginado antes que seria capaz de chegar onde chegou nos acontecimentos do dia 27 de Maio de 1977. 

Com ele um ano antes portanto em 1976  quando funcionava  como meu assessor na unidade Grafanil onde eu estava colocado pelo ministério da defesa como o operativo da contra inteligência.

Ainda cumpri duas missões  que consistia em desmantelar algumas redes de militares criminosos como êxito. 

Que fardados e armados ás noites assaltavam e recebiam pertenças e viaturas às noites naquela rua que passava enfrente á Nocal e Siga antiga fábrica de fibras. 

Assim como alguns esquemas que ligavam o Iko Carreira ao fabuloso negócio dos gelados Alpega onde o Alpega na altura nem sei se obedecendo que critério ,ja era considerado de comandante  Ambrósio. 

Em fim , eram investigações sem pernas para andar  porque a máfia na sombra já estava semi estruturada mexia e se remexia mas é tema para qualquer dia com mais detalhes.

O INTERROGATÓRIO FOI VIOLENTO

Montané queria que o Junqueira dissesse coisas de ele nem sequer sabia e tinha para dizer. 

Faziam isso só mesmo para terem uma assinatura onde o detido se declarasse como implicado, e essa assinatura era arrancada ao detido á todo custo e para isso todo tipo de tortura valia.

Depois de tanta surra temendo o pior, quem é que resiste e que não fala até o chinês ou seja quase todas as línguas na hora de falar à toa? 

A dada altura do interrogatório de tanta sede provocada pela surra e língua seca o Junqueira pediu água no seu dizer, ao cubano companheiro Montané. 

E este lhe respondeu Fala Junqueira, se falares vamos te dar toda água que temos em Angola. 

Fernando Vumby 

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