Lê-se a entrevista (edição 771- 03/02/2023) concedida pelo ex-comandante da Polícia Nacional ao diretor ao “Novo Jornal” e torna-se inevitável a perplexidade.
A justiça, que denegou em várias ocasiões aos cidadãos, agora reclama para si.
De um modo geral, esta é a percepção que se tem do seu discurso.
Parece um deserdado do regime. Ajudou a construi-lo e agora deseja demolir o edifício.
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O Paulo de Almeida dessa entrevista ao jornalista Armindo Laureano é o mesmo em cujo consulado a Polícia matou a vendedora Juliana Kafrique.
O mesmo que reprimiu com mão de ferro as manifestações em Cafunfu e ameaçou despejar mísseis intercontinentais sobre as cabeças dos manifestantes.
É o mesmo e porventura já esquecido da sua folha de serviços.
No rescaldo do fim do III Reich, quase todos oficiais do regime, levados a tribunal, disseram que as suas memórias se tinham apagado.
Depois, arguiram (em sua defesa) que não tinham verdadeiramente poder e que obedeciam ordens.
Descontadas as proporções, a analogia é admissível.
De volta ao entrevistado e ao seu discurso. Diz o ex-Comissário Geral da PNA :”senti que não comandei. Tinha titulo, tinha divisas, mas não comandei.”
Qualquer semelhança é mera coincidência.
Um passa culpas.
Não se entende, se amparado por um espírito de superioridade moral, julga o carácter do seu anterior chefe. “É preciso que se saiba que (Eugénio Laborinho, Ministro do Interior) não é pessoa de boa fé.”
Lê-se a afirmação e a perplexidade aumenta.
Vire-se a segunda página do “diário da anormalidade”.
Para ir de encontro ao presidente do Tribunal Supremo e as suas proezas. Desde logo, a sua presumida longa folha de (des) serviço à frente da segunda mais alta instância jurisdicional do país.
Primeiro, a obscura indicação do candidato à presidência da Comissão Nacional Eleitoral e a sua aprovação pela Assembleia Nacional.
Foi acusado de mentir ao Parlamento, mas saiu impune do obscuro episódio.
Parece um intocável. O juiz carrega nas costas o peso de uma robusta ficha de suspeitas de ilegalidades e não para de preenche-la.
O “Caso Augusto Tomás.” A imprensa revelou, recentemente, que alguém cobrou propina para viabilizar a soltura do réu.
A imprensa estabeleceu um ( alegado) grau de parentesco do agente de peculato com o presidente do TS.
O normal seria (dada a gravidade dos factos) o visado ter dado publicidade a um desmentido público, mas a tradição do silêncio falou mais alto.
Terceira página do “diário da anormalidade.” O rompimento das paredes de protecção do canal de Cafu, no Cunene, ocupa um quinhão considerável dos comentários nas redes sociais e nos círculos de engenharia do país.
Um comunicado do executivo atribuía a “desgraça” à chuvas torrenciais e arrolava os organismos adstritos à execução do projecto.
O comunicado mencionava o “dono da obra”, entre eles, sem revelar o seu nome. É o sujeito oculto da oração.
Correio Angolense
𝐉𝐮𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐒𝐨𝐦𝐨𝐬 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐒𝐞𝐠𝐮𝐫𝐚𝐧𝐜̧𝐚 𝐒𝐨𝐜𝐢𝐚𝐥
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