UMA CERTA INGRATIDÃO- SALAS NETO



Acompanhei a espaços a homenagem que o programa «Viagem ao passado» do meu antigo amigo Afonso Quintas prestou hoje ao rei Elias dya Kimwezo, em directo a partir da sua casa na urbanização Nova Vida. Esteve lá bué de gente a participar do evento, mas ninguém se lembrou de me convidar, apesar de ser uma das pessoas que já marcou em grande a vida do velho músico, embora, se calhar, ele próprio já se tenha esquecido, quando não o devia fazer.



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 Estou lembrado que, em finais dos anos 90, numa altura em que ele estava na dimbinza, completamente esquecido, fui entrevistá-lo à sua casa no Cassequel do Lourenço, da qual resultaria numa manchete da revista Austral da TAAG, então a maior tribuna que algum mortal entre nós podia aspirar (eram mais de 150 mil visualizações por edição em estimativa, dentro e fora do país) que lhe proporcionaria uma espécie de «reabilitação» pública: o rei da música angolana, que já quase ninguém ligava, seria chamado ao gabinete do governador provincial de Luanda à época, Aníbal Rocha, que, entre outras coisas, lhe agraciaria inclusive com um camião, salvo o erro, além de voltar a colocá-lo nas contas culturais do regime.

 Porra, eu afinal já fiz bué de merdas fixes para certa malta, sem agradecimento. Mas, pronto, fica já só assim, não faz mal.




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