Em Novembro do ano passado, o Presidente da República autorizou um empréstimo de 116,1 milhões de dólares norte-americanos para aquisição de mais 500 autocarros, equipamentos e serviços de assistência técnica para a concepção e implementação do Programa da Mobilidade Escolar.
No final do ano, num suplemento do Diário da República, João Lourenço autoriza a despesa de USD 136,6 milhões USD (mais 20 milhões do que o empréstimo contratado) e a abertura do procedimento de contratação simplificada (ajuste directo), com a empresa Adone Project Management, antiga Asperbras, citada em caso de corrupção internacional e branqueamento de capitais que envolve a família do presidente Denis Sassou-Nguesso.
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O despacho presidencial de Novembro era omisso quanto à empresa responsável pela venda dos 500 autocarros e deixava a dúvida se iria acontecer o que sucedeu com os 1500 adquiridos pelo Ministério dos Transportes em 2017, comprados também no âmbito do Programa da Mobilidade Escolar: um contrato celebrado com a Adone Project Management, actual denominação da Asperbras Ltda, uma sociedade registada em Luanda mas que tem como sócio maioritário a Asperbras Development LLP, uma companhia sedeada nas Ilhas Virgens Britânicas, conhecido paraíso fiscal, e cujos sócios maioritários são os brasileiros José Roberto e Francisco Carlos Colnaghi.
A empresa é citada num caso de corrupção internacional e branqueamento de capitais que envolve a família do presidente Denis Sassou-Nguesso, como o Novo Jornal avançou a 9 de Agosto de 2019. O presidente congolês é também um dos visados no caso Pandora Papers, trazido a público pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.
Numa consulta aos Diários da República verifica-se que a empresa Adone Project Management, que foi fundada em 2007, em Luanda, com um milhão de kwanzas, reforçou em Maio de 2021 o capital social para os 6,6 mil milhões de kwanzas.
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