Conheci bem o malogrado. Travamos conhecimento na casa do General Banza, que era o Chefe daquela Região Militar no Uige. Tinha la ido em reportagem. Forjei amizade com ele ainda quando vivia no Uige. Depois foi para Luanda, tendo-se “entrincheirado” no Conselho Nacional da Juventude (CNJ). Depois, apadrinhado pelo actual SG, destacou-se na JMPLA até ser alçado para o cargo de Primeiro Secretário da organização juvenil do partido no poder.
Era um jovem de trato fino, cortez, educado com base nos padrões da Igreja Católica Apostólica Romana.
Estava sempre pronto a estender a mão a quem precisasse. Tanto assim que o actual director da TPA foi seu “bolseiro” particular no Brasil. Era benquisto pelos jovens do MPLA, da UNITA e de outros partidos. Era uma pessoa cordata. Fui confidente dele durante alguns anos. Trocávamos muitas ideias. Mas depois, quando começou a ter acesso ao Palácio Presidencial, de uma ligeira guinada. Suponho que pela influência de alguns “anciões” lá do partido, mas sempre me tratou com deferência, afecto e respeito. E eu retrucava pela mesmo moeda. Quando fosse cara, era cara; quando fosse coroa, era coroa. Assim era a nossa relação. Tínhamos um código próprio e um lugar para nos encontrarmos e mantermos as nossas conversas. Ou às vezes para fazer um desabafo, em off-record, sobre o que tinha acontecido numa determinada reunião ou mesmo conclave. E eu usava como dicas de bastidores.
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Adiante. A primeira vez que ele foi a Cabo Verde, fui eu que fiz o roteiro dele.
Passei-lhei os contactos do actual, do ex-presidente do Arquipelago e da líder do PAICV.
Dei-lhe o contacto de algumas figuras políticas daquele País insular, onde ele pretendia, no futuro, fazer investimentos.
A sua fulgurante ascensão deveu-se a uma certa pressão política de alguns “barões” do partido, tendo, desta forma, boicotado o sonho que ele perfilhava: O de ser professor universitário.
Militantes seniores do MPLA queriam-no como sócio disso e daquilo. Era, na verdade, uma forma de tentar corrompê-lo…Mas por respeito à nossa amizade (uma amizade é para sempre) e a consideração mútua que com ele tinha, quedo-me por aqui.
Guardarei para sempre os seus desabafos , as suas confissões e frustrações. Conversávamos muito e bem. Passamos a conversar menos quando foi para governador de Luanda e depois do Uige, seu chão-Natal.
Era um bom amigo. Contou-me “coisas e lousas” do “bas-fond “ da política angolana, com destaque para o seu MPLA.
Foi ele quem disse que Tomás Bicas é um jovem que lidaria mal com o poder, caso ascendesse um dia. Não sabia quem era Tomás Bicas. O ele disse, hoje confirma-se. Esta é a única inconfidência que posso fazer. As demais, nem às paredes confesso.
Mas, como sou, também, católico devo respeito aos mortos.
Devo-lhe respeito. Tenho, acima de tudo, respeito à herança da ancestralidade bantu. E o meu amigo orgulhava-se da sua africanidade e do torrão que o viu nascer num período de equinócio. Por isso mesmo quedo-me por aqui.
E aqui também rogo ao Criador que lhe de o merecido descanso eterno e que a luz perpétua o ilumine. Sempre!
Obrigado, Sérgio Luther Rescova Joaquim, pela amizade, carinho e confiança.
JORGE EURICO
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