Aposta na investigação pesqueira é parte do Planapescas 2023/27, uma estratégia que exige reforço da capacidade do Estado, mas o País continua sem navio para tal, consumado um fiasco que levou largos milhões.
Governo dialoga com a Noruega, onde esteve o PR, para definir futuro do «Baía Farta», quando fontes das pescas avisam que não se desenvolve o sector sem investigação científica. Adesão de Angola a tratado internacional sobre pesca legal e sustentável vista como elemento que deve trazer vontade política para transformações.
À primeira vista, aumentos dos índices de captura nos últimos anos, recentemente destacados pela ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen dos Santos, na Noruega, sugeriam satisfação entre agentes de um sector com responsabilidades em desafios como o combate à fome e diversificação da economia, mas o cenário de lacunas em termos de sustentabilidade, que leva já quase duas décadas, provoca inversão naquela que seria a tendência natural, chegando a gerar receios e preocupações, indicam levantamentos feitos pelo Novo Jornal.
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A ministra angolana teceu tais considerações no fecho de um ano (2022) marcado pela adesão ao Tratado das Nações Unidas sobre Pesca Legal e Sustentável, pouco antes, já agora, de o Grupo Técnico Empresarial do País ter apresentado ao Governo o Plano de Desenvolvimento das Pescas para até 2027, o Planapescas, que prevê um investimento de 135 mil milhões de kwanzas.
Este valor representa, hoje, menos USD 33 milhões se analisado o montante que o Presidente da República, João Lourenço, prometeu, no calor das eleições, para o apoio a associações e cooperativas de pesca.
O Presidente da República apontava para 300 milhões de dólares, a mesma verba para créditos a favor de empresários do ramo da pecuária, ambos com o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) a operacionalizar.
Seja como for, o Planapescas e a adesão ao Tratado da ONU, um instrumento que também combate a pesca não declarada, são factos associados a um outro acontecimento: a devolução, justamente ao Reino da Noruega, onde Carmen dos Santos colocou "todas as fichas" na investigação científica do navio oceanográfico "Baía Farta", adquirido por 80 milhões de dólares norte-americanos.
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