A morte do renomado cardiologista angolano Nené Filipe, há sensivelmente um mês, por doença prolongada, em Portugal, suscitou em meio à comoção uma série de questionamentos, sobretudo nas redes sociais, não por se tratar apenas de um médico de profissão, mas de alguém com responsabilidades acrescidas, já que ocupava as funções de director clínico da Girassol, a melhor unidade de saúde do país.
No espaço digital, com maior incidência no Facebook, o facto de o malogrado clínico ter procurado assistência médica no estrangeiro (Portugal) era um indicativo de incapacidade de resposta do sector da saúde em Angola, algo que se estendia às clínicas de referência destinadas à elite política, económica e aos endinheirados.
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A morte do director clínico da melhor unidade de saúde do país, que dispõe de equipamentos de ponta, não só terá destapado a falência do Serviço Nacional de Saúde (SNS), como também deixado cair por terra o edifício que se construiu nestes últimos dois anos de supostos avanços no tratamento de doenças complexas no país. Este argumento serviu inclusive de pretexto para o Executivo suspender o envio de doentes ao abrigo de juntas médicas para o exterior do país, alegando que Angola já tinha capacidade de respostas às muitas doenças tidas como complexas.
Nené Filipe não foi o primeiro e não será seguramente o único médico angolano a morrer de doença em terras do ex-colonizador português. O que preocupa é o facto de médicos angolanos, sobretudo na reforma terem optado por viver naquele país europeu e, por via disso beneficiarem dos cuidados médicos lá prestados e da qualidade de vida que o país europeu oferece. Não vou apontar nomes por questões de ética, mas conheço alguns deles que são inclusive meus amigos.
Não menos preocupante é o facto de alguns desses clínicos que, nos primórdios da auto proclamada revolução socialista, diziam que nem mortos queriam ir para a terra do ex-colonizador, hoje vivem no «jardim à beira plantado», por aparentemente terem deixado de acreditar na nossa capacidade de resposta às doenças tidas como complexas e nos avanços de cura que propalam aos 4 ventos.
É caso para dizer que os médicos angolanos, que antes procuravam Portugal para melhor as suas condições de vida, hoje fazem-no também em busca da cura para suas doenças que o país de origem não oferece.
Dá para reflectir...
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