Manobra de diversão



Num comunicado que está a ser espalhado nas redes sociais pretensamente pelo porta-voz do Ministério do Interior, funcionários do Serviço de Investigação Criminal de Luanda dizem-se preocupados com um plano, em curso nas redes sociais, que visaria manchar e atentar “contra o bom nome e a imagem” do seu director, o comissário Fernando Bambi Receado. 

Segundo um documento apócrifo, o referido plano que atentaria contra a honra do “Comissário Fernando Bambi Receado e outras altas patentes do SIC” seria da autoria de “indivíduos cujas índoles são devidamente conhecidas nas lides luandense e não só”.



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Na carta, é atribuído a Fernando Bambi Receado e “outras altas patentes do SIC” muito “afinco, inteligência, profissionalismo, bravura, tenacidade e espírito patriótico”, que lhes teriam permitido fazer “muito bem o seu trabalho”, do qual resultou, entre 2020 e 2022, a apreensão de “grandes quantidades de drogas já mais vista desde a institucionalização do SIC, detenções de quase uma centena de pessoas implicadas no tráfico de droga e crimes conexos”.

Sob o título “NOTA DE SOLIDARIEDADE AO COMISSÁRIO RECEADO, DIRECTOR DO SIC-LUANDA E OUTRAS ALTAS FIGURAS DO SIC”, o documento é completamente omisso quanto ao paradeiro das “grandes quantidades de drogas” pretensamente apreendidas naqueles dois anos.

A nota também é omissa quanto à identidade de “quase centena de pessoas” detidas por envolvimento no tráfico de drogas. 

O documento, apócrifo, repete-se, termina exprimindo solidariedade a Fernando Bambi Receado, a quem, o autor ou autores garantem estarem “juntos, prontos e firmes, pois rogamos que também será de igual modo que estará a super estrutura  encarar este plano macabro engendrado por elementos que sem medir esforços tentam sujar o bom trabalho até aqui feito”.

Não há dúvida que a opinião pública está perante uma desconseguida manobra de diversão.

Graça Campos 



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