Estava a demorar! - Graça Campos



Natural da Huíla, o presidente do Tribunal Supremo regressou às suas origens para alguns dias de férias.

A decisão não tem nada de censurável. Muito pelo contrário. Até porque - e como dizia o Guia Imortal (que Deus o tenha por perto, apesar dos pesares...) -  a nossa terra tem tudo. Uvas, por exemplo, encontramo-las aos pontapés em Moçamedes, e a Huíla tem maçãs para dar e vender. Clima ameno é o que temos em todo o país.

Além do contacto com as origens, a decisão do Venerando Juiz Presidente do TS enche de orgulho a terra e os conterrâneos que o viram nascer.

Mas, como não há bela sem senão, Joel Leonardo está a manchar o regresso às origens com o “não me toques” que caracteriza” muitos angolanos quando chegam a patamares que lhes dão alguma notoriedade social.



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De acordo com  relatos de que Joana Clementina faz eco na sua página no Facebook, no Hotel da Serra, onde está instalado, o exército de guardas que o acompanha não permite que outros hóspedes do hotel partilhem o elevador com o presidente do Tribunal Supremo.

Perante o olhar impávido e sereno de Joel Leonardo, os seus guardas não permitem que outro hóspede se aproxime e muito menos compartilhe o ascensor com o Venerando.

Ora, se a condição de presidente do Tribunal Supremo metamorfoseou-lhe completamente o olfato, que se tornou intolerável ao cheiro de outros cidadãos, Joel Leonardo deveria instalar-se na casa sua própria casa. Sim, porque é suposto que possua uma casa na Huíla. A maior parte das pessoas não nasce em copas de árvores ou em tocas de animais.

Em suma, o Venerando juiz estragou um capítulo que tinha tudo para dar certo.

Não é sem razão que se diz que certos angolanos, sobretudo aqueles que vêm lá debaixo, convivem (muito) mal com o poder.




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