Quando o explorador, traficante de escravos e colonizador português Paulo Dias de Novais pisou terra firme na zona de Luanda, seis meses depois de ter recebido, na ilha ao largo, onde já estava há meio ano com cerca de 700 delinquentes deportados, uma comissão de boas-vindas do rei do Ndongo, os habitantes pretos que encontrou viviam em cavernas?
Se não, parece-me que não será legítimo considerar que foi ele quem fundou Luanda a 25 de Janeiro de 1576, posição que, aliás, já é sustentada por alguns dos nossos intelectuais, casos do antropólogo Virgílio Coelho e do escritor, jornalista e advogado Kajim Bangala. Se bem me lembro, numa palestra sobre a fundação da cidade, realizada há uns anos na Casa da Cultura do Rangel, eles defenderam a necessidade dos angolanos terem de deixar de elaborar a sua história a partir duma perspectiva luso-centrista, digamos, quando em busca da verdade objectiva que pode estar escamoteada em nome de interesses estranhos, como tudo indica que será o caso da fundação de Luanda.
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Na altura, o ancião Dionísio Rocha, que também foi um dos animadores da palestra, revelou que Agostinho Neto chegou a criar um grupo de trabalho para determinar ou buscar uma data que nada tivesse a ver com o dia em que Paulo Dias de Novais desembarcou em Luanda, onde já havia gente a viver civilizadamente, de tal sorte que o padre aprisionado, aquando da primeira tentativa de ocupação uns dez anos antes, já procedia a baptismos ou assim. Segundo ele, este ensaio não foi conclusivo, mas não disse exactamente porquê.
Eu também falei nesta palestra, tendo apresentado uma questão que podia arrumar o «25 de Janeiro» duma vez por todas, mas descobri depois que tinha partido dum pressuposto equivocado, pelo que não merece ser relembrada. É melhor.
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