Os labirintos do Português- Graça Campos



“ O português cansa” – dizem os bissau-guineenses.

O português é, na verdade, das línguas mais difíceis de dominar. Tem muitos labirintos.

É, garantidamente, ao deficiente domínio de conceitos da língua portuguesa que devemos atribuir o “apreço” com que o Presidente da República vê o êxodo de angolanos, muitos dos quais quadros valiosíssimos que fazem imensa falta ao país. 

Diz o bom senso que país nenhum do mundo aplaude o êxodo dos seus cidadãos, sobretudo quando precisa de todos eles para os muitos desafios que se colocam à sua reconstrução.

Repetindo, aquele “apreço” de João Lourenço deve ser inteiramente imputado ao seu deficiente domínio de alguns conceitos. 



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Se lhe fosse permitido exprimir-se oficialmente em umbundu, língua que tem “obrigação” de dominar, por certo que o Presidente João Lourenço poupar-se-ia de escorregadelas, muitas delas embaraçosas para um Chefe de Estado.

Se, numa cimeira de chefes de Estado africanos, alguém se dirigisse a João Lourenço e lhe pedisse para confirmar se vê, com apreço, a fuga de cérebros do seu país, com certeza que o Presidente angolano juraria a pés junto jamais ter dito tal barbaridade. E, de seguida, repetiria o lenga-lenga de líderes africanos que consiste em atribuírem ao Ocidente todas as culpas pela fuga de cérebros do continente negro.

É, ainda, ao deficiente conhecimento/domínio de alguns conceitos da língua lusa que devemos atribuir a tarja “confidencial” aposta a um conjunto de reflexões banais do MPLA sobre as últimas eleições gerais realizadas no país.

Na verdade, o que há de confidencial na informação, de domínio público, de que o MPLA perdeu a maioria de 2/3, ou de que o país teve a mais elevada taxa de abstenção de sempre ou, ainda, de que o partido dos camaradas levou tareia em Luanda? Essas informações foram tornadas públicas pela Comissão Nacional Eleitoral e, depois, ratificadas pelo Tribunal Constitucional.

Classificar como confidencial tais informações  reitera o que muitos desejam: Angola deveria ter uma  ou mais línguas oficiais alternativa ao português.

Com os seus labirintos gramaticais e de outra natureza, o português, na verdade, “cansa”.

 E há muita gente a perder-se nesses labirínticos caminhos...

Alguns dignitários angolanos far-se-iam perceber melhor em kimbundu, umbundu, fiote, nganguela ou kikongo.




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