NOVA DIVISÃO POLÍTICA ADMINISTRATIVA OU NOVA CONFERÊNCIA DE BERLIM?



A Proposta da Nova Divisão Política Administrativa de Angola, que irá a discussão no Parlamento, se não for bem estudada poderá produzir sobre os povos o mesmo efeito da Conferência de Berlim.


Quando divide-se o território não se esquarteja somente o território, dividem-se famílias, anula-se a história dos povos, desligam-se laços com a terra e seus ancestrais, etc. 


O povo do Panguila por exemplo, que anteriormente fazia parte do Município de Cacuaco-Luanda, faz toda sua vida em Luanda e do ponto de vista do poder tradicional são súbditos do Soba da Funda em Luanda.




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A população de Laúca, sempre fez parte da província do Kwanza-norte, mas por força de uma revisão na divisão política e administrativa de Malanje e Kwanza-norte foram transferidos para Malanje, mas do ponto de vista do poder tradicional eles pertencem a Regedoria do Nhangue-ya-Pepe no Município de Cambambe, Kwanza-norte. Recordemos que esta Regedoria exerce poder desde as Pedras de Pungu-a-Ndongo até ao Alto-Dondo.


Por outro lado, ao dividir certos municípios pelas suas comunas e distritos certos nomes correm o risco de desaparecer, como é o caso do Município do Kilamba Kiaxi que não tem qualquer comuna ou distrito que possa conservar o nome.


O caso do Município de Cambambe é igual ao Kilamba Kiaxi, que também corre o risco de desaparecer. Ainda na província do Kwanza-norte o nome Ndalatando também corre o risco de desaparecer e com ele toda história do seu povo. 


A rica história do Município de Cambambe em cujo território estava a capital do Reino do Ndongo (Massangano), tem que ser preservada, tal como outras localidades históricas desta rica Angola.


Um caso tem sido ignorado na província do Moxico, mais concretamente na localidade de Cazombo, em que conflitos entre Lundas e Luvales já tirou a vida a muita gente.


Cazombo é historicamente terra dos Lundas, e capital do representante do imperador dos Lundas, já a Rainha Nhacatolo (Soberana dos Luvales e vassala dos Lundas) sempre teve sua capital na localidade de Kavungu. Acontece que, sem qualquer explicação as autoridades políticas decidiram deslocar a Rainha dos Luvales para Cazombo, capital do representante do imperador Lunda.


A proposta da Nova Divisão Política e Administrativa de Angola, vai colocar a Rainha dos Luvales em uma nova província, fora do seu território em pleno coração Lunda, ou seja, a Rainha não será soberana de ninguém no território. É o mesmo que dizer do Rei do Ndongo ter seu palácio no Soyo e transformar o Many do Soyo em seu vassalo.


Joaquim Jaime José 






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