JAMBA, 18 DE DEZEMBRO DE 1995- DEMETRIO KOKELU TULUMBA

Foi um dia muito triste, tanto para os habitantes da JAMBA, assim como para os que estavam no Bailundo à espera dos seus familiares e as demais áreas sob controle da UNITA. Despenhou-se um avião, vindo do Congo, fazendo escala no Bailundo e trazia consigo o Dpt. Adriano Marcial NDachala, naltura Secretário para informação da UNITA e o Brig. Machado da inteligência militar.

Fui ao aeroporto Comandante Kazombwela, acompanhar a prima Rosa Nõe, digníssima esposa do irmão do meu pai Valdez Tulumba. Mas a minha ideia e intenção era mesmo de esgueirar-se das terras do fim do mundo, situada nas margens dos rios que não existem, mas onde a coragem e a determinação foram prementes.

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O meu sobrinho Ngolito e o meu amigo Alcides Kavaleka, estavam ávidos de darem continuidade dos estudos no famoso PUNIV do Bailundo. Com as suas diplomáticas, como símbolo de sapiência, riqueza e chefia. Leram os nomes e assim muitos subiram e os que não conseguiram, insultaram, foram aos "arames" com os homens da identificação civil.

O espanto foi ver o avião à romper as árvores e de seguida uma nuvem negra, o assustou ainda mais nós que estávamos ávidos de ir ao famoso Baité. Correrias de um lado para o outro para socorrer os feridos e identificar alguns corpos. Foi feio! Um dos feridos, o músico Isidro, dizia que já não iria morrer mais e não parava de cantar a sua linda música "ndi livela oku kala okanjila, ndi panlalenla, ko Ndulu yetu." Acabou por morrer no HC e nos transferidos para o Congo só sobreviveu o meu kamba Alcides Kavaleka.

Coube ao Secretário para informação do partido Adriano Marcial Dachala, na presença do governador Mety, fazer o elogio fúnebre diante de vários caixões e um enorme, no cemitério da JAMBA. A lista é enorme, Dú Chitombi, Alvi Abel, Funguta, Ngolito, Rosa Nõe, professor Matokisa, Queiroz Musili e outros. Foi um dia que nos tornamos adultos e nada mais dava medo porque o pior já tinha sido visto.

Paz às vossas almas!