De acordo com uma decisão judicial que arresta bens de Isabel dos Santos no valor de 1.000.000.000.00 de dólares, entre 8 de Maio de 2012 e 28 de Agosto de 2013, a filha de José Eduardo dos Santos transferiu para uma conta detida pela UNITEL INERNATIONAL HOLDIDINGS BV, uma empresa de que era titular, € 322.979.711,00 e USD 43.000.000,00.
De acordo com o juiz conselheiro Daniel Modesto Geraldes, a “estrela cintilante” da Camara Criminal do Tribunal Supremo, o dinheiro com que Isabel dos Santos teria engordado as contas da sua empresa foi retirado da UNITEL SA, a operadora de telefonia celular a cujo Conselho de Administração presidia à data dos factos ora evocados.
Operações financeiras dessa monta não são possíveis de realizar à revelia da Unidade de Informação Financeira (UIF) do Banco Nacional de Angola.
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Entre 2012 a 2022, a UIF foi ininterruptamente chefiada pela economista Francisca de Brito.
Em 2017, quando já transferia os principais dossiers ao seu sucessor João Lourenço, o então Presidente José Eduardo dos Santos sugeriu o afastamento de Francisca de Brito (na foto) por troca com um quadro sénior dos Serviços Secretos com passagem pelo SME.
O Presidente João Lourenço rejeitou a sugestão e reconduziu Francisca de Brito para mais um mandato, que apenas foi interrompido em Abril passado, altura em que confiou a direcção da UIF a Gilberto Moisés Moma Capeça.
No extenso despacho por via do qual o juiz conselheiro Modesto Geraldes ordena o arresto preventivo de todos os bens e em que se detalha as milionárias transferências feitas por Isabel dos Santos ,não há uma referência, única sequer, ao papel da UIF. Nele nada se diz se a UIF tomou como regulares ou não a “montanha” de transferências. Não se diz se Francisca de Brito moveu alguma “palha” para questionar as enormes movimentações financeiras.
No seu site, a UIF define-se como uma “unidade central nacional de natureza pública, autónoma e independente com competência para receber, analisar e difundir a informação suspeita de branqueamento de capitais (...)”.
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