Coração dividido- Graça Campos



A invasão da Rússia à Ucrânia, iniciada no dia 24 de Fevereiro, sob a capa de “Operação Militar Especial”, pretensamente destinada a “desnazificar o regime de Kieve”, já colocou o ministro das Relações Exteriores perante um imenso conflito interno.

Enquanto ministro das Relações Exteriores, foi a ele a quem o Presidente da República incumbiu  de instruir o representante de Angola nas Nações Unidas a abster-se de condenar de condenar a invasão.

Angola e Moçambique foram os dois únicos países africanos de língua portuguesa que se abstiveram na votação da resolução da Assembleia Geral da ONU de condenação da invasão russa.

Com a sua abstenção, Angola e Moçambique deram alento a Moscovo numa acção inequivocamente condenada por 141 dos 193 países membros das. Nações Unidas. 



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Em Outubro, foi ao mesmo Téte António a quem o Presidente ordenou para instruísse a representação angolana em Nova Iorque a aprovar uma resolução da mesma assembleia geral da ONU que condena a anexação, pela Rússia,  de quatro territórios ucranianos.

Enquanto Moçambique continuou em cima de muro, Angola acompanhou Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Portugal e Brasil na condenação da anexação de territórios ucranianos.

Na recente entrevista à Voz da América, o Presidente João Lourenço explicou as razões do volte-face.

“Nós fomos vítimas de uma agressão externa, ou seja, de uma invasão militar, por parte do regime do apartheid. Na altura, foi a então União Soviética quem nos forneceu armamento, equipamento, artilharia, aviões, tanques, etc., que nos permitiram fazer frente ao todo poderoso exército sul-africano e pará-los ali no Cuito Cuanavale e, como se não bastasse, forçando-os a assinar os já conhecidos Acordos de Nova Iorque, que levaram à retirada deles do nosso território, a libertação de Nelson Mandela, independência da Namíbia. E digo isso por quê? Para dizer que, se nós lutamos contra os invasores, entendemos que todos os outros povos também têm o mesmo direito de o fazer. Não entendemos como é que quem nos ajudou na altura a fazer isso, tenha anexado quatro regiões do país vizinho. Nós votamos a favor dessa resolução que condena a anexação destas quatro regiões de forma consciente, de forma soberana”.

Além da mudança de rumo, a condenação da anexação de territórios ucranianos foi um grande alívio para o ministro das Relações Exteriores.

Afinal, Téte António também tem a Ucrânia no coração: foi lá, na Universidade de Kiev, que fez o Mestrado em Relações Económicas Internacionais.

Quando bombas e granadas russas explodem em Kiev, Kharson e outras localidades ucranianas atingem, de modo indirecto, o ministro das Relações Exteriores de Angola.

Filho de boa gente do Bembe, no Uíge, não é suposto que Téte António cuspa no prato em que comeu.






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