Carta Aberta à Nação- Francisco Viana



Angolanas e Angolanos, antes de mais, apresentamos os nossos votos de um Feliz Natal e de boas entradas para o ano de 2023, com muita Saúde, Paz e Amor.

Neste próximo ano de 2023, a Nação Angolana será confrontada com grandes desafios e deverá tomar decisões, que pela sua importância, irão ter repercussão imediata e decisiva, na qualidade de vida e na Felicidade do Povo Angolano, por várias gerações...

O Ano de 2022, foi muito bom para a Nação Angolana, porque foi possível realizar as programadas “Eleições Legisla􏰀vas” e porque o Povo Angolano, conseguiu manifestar, clara e massivamente, a sua opção pela Alternância Democrá􏰀ca: o Voto de apoio ao numero 3, o voto na proposta da UNITA e da Frente Patrió􏰀ca Unida – FPU, foi inequívoca. De norte a sul do País, do mar ao este e na Diáspora Angolana espalhada pelo Mundo, a grande maioria votou pela Alternância Democrá􏰀ca, pela Mudança e por uma Nova Angola.

Infelizmente, o voto do cidadão Angolano não foi respeitado. A jus􏰀ça em Angola, mais uma vez não acarinhou o seu povo... A Jus􏰀ça mais uma vez, foi uma desilusão... Ficamos com a sensação de que roubaram o nosso Voto e que pretendem roubar o nosso Futuro! A Jus􏰀ça Eleitoral, nomeadamente a CNE – Comissão Nacional Eleitoral e o Tribunal Cons􏰀tucional, entre outros, não foram capazes de fazer cumprir a Lei, como ainda foram os próprios, que não souberam ou não quiseram, assegurar ao povo Angolano, a transparência, a credibilidade e a jus􏰀ça que o nosso povo tem direito e merece...




Fisioterapia ao domicílio com a doctora Odeth Muenho, liga agora e faça o seu agendamento, 923593879 ou 923328762


Sen􏰀mos que fomos roubados, não só porque não foram publicados os Cadernos Eleitorais, nos prazos que a Lei exige, como também pelos milhões de mortos que apareceram nos Cadernos Eleitorais. Sen􏰀mo-nos roubados, porque falharam com a afixação das Actas Síntese dos resultados eleitorais, em variadíssimas mesas de voto. Sen􏰀mos que houve batota, porque foram u􏰀lizados, sem escrúpulos, meios públicos, inclusivamente os órgão de comunicação social e os do Orçamento de Estado, em proveito de par􏰀dos polí􏰀cos. Sen􏰀mos que houve batota, porque pessoas e ins􏰀tuições foram corrompidas e amedrontadas, até ameaçadas, tudo para favorecer um dos lados.

Sen􏰀mos que fomos amedrontados e ameaçados, porque colocaram o Exército fortememte e desproporcionalmente armado, bem como a Polícia de Segurança Pública nas ruas. Assis􏰀mos nas ruas ao desfile de carros blindados, lança misseis e todo um arsenal de guerra, tudo com o intuito de amedrontar o nosso Povo... isso tudo para condicionar a Nação Angolana...


Conseguiram-nos assustar, amedrontar, e até desmoralizar, mas foi tudo passageiro. O Povo Angolano já acordou e infelizmente deu conta que con􏰀nua a viver num inferno... Por isso voltaram as greves, as reivindicações e com elas aumentou a instabilidade, a Repressão e a anarquia social. Ninguem manda e todos madam ao mesmo tempo. Matam-se as Zungueiras, prendem-se os Jornalistas, prendem-se os “Revús”... ignoram-se os Professores, ignoram-se os Sindicatos... ignoram-se os Empresários, ignora-se a Sociedade Civil...

A polí􏰀ca do “Eu quero, posso e mando” está a pretender consolidar-se em Angola, as ordens superiores também... mas isso não vai durar. A Luta Con􏰀nua e é con􏰁nua. Assim nos ensinaram os mais velhos: Agos􏰀nho Neto, Jonas Savimbi, Holden Roberto, Mário Pinto de Andrade e Gen􏰀l Viana, entre muitos outros nacionalistas e patriotas, que lutaram por uma Angola melhor... Esta não é a Angola que eles queriam, nem é a Angola que queremos..!

Não há mal que sempre dure, nem privilégios que permaneçam eternamente. Encontraremos certamente, formas democrá􏰀cas, pacíficas e legí􏰀mas, para colocarmos um basta ao sofrimento do Povo Angolano. Viva a Democracia! Lutemos por uma verdadeira democracia! Lutemos por uma Angola Próspera, Solidária e Unida na Diversidade.

Há quem diga que a Fome é rela􏰀va e que Angola é um Paraíso..., essa opinião vale o que vale... mas para todos os Angolanos que passam fome ou que comem mal; para aqueles que comem do lixo... para esses a fome é uma Injus􏰀ça, é um grande sofrimento, é uma humilhação... Hoje podemos afirmar com toda a certeza, que a miséria con􏰀nua a crescer em Angola e que a falta de oportunidades, mantêm milhões de Angolanos no desemprego e sem esperança, especialmente nas camadas jovens. Nas mulheres prevalece o trabalho precário... ou zungam ou morrem de fome e quando zungam, sofrem a habitual humilhação, as perseguições: ou lhes batem, ou lhes roubam, ou lhes matam... Mulher Angolana sofre!

Nos bairros reina a insegurança. Assaltos constantes, in􏰀midações, falta de policiamento, inexistência de saneamento básico... quando chove é o drama que todos conhecemos. Nos bairros dos ricos... con􏰀nua a rolar o Champanhe, os perfumes caros, as prendas, as amantes de luxo... as viagens aos paraísos fiscais, as a􏰀tudes arrogantes, o tráfico de influências, o branqueamento de capitais... estamos perante duas realidades... os da maioria, pobres e miseráveis e uma outra Angola, da minoria, surreal, quase que irreal, dos ricos, poderosos e seus comparsas estrangeiros.

Hoje podemos com toda a certeza dizer que Angola não é o Paraíso que devia e poderia ser. Parece-se mais com o Inferno do que com o Paraíso. Muitos, os que podem, estão a fugir do País. A cada dia, estamos a perder os nossos quadros, os nossos técnicos, o nosso nobre cidadão anónimo... Angola é um paraíso, que alguns egoístas transformaram num inferno, são esses mesmos, que estão bem da vida, muitos dos quais com dinheiro roubado ao povo de Angola.

São esses mesmos, que querem que estejamos no Inferno, a bater palmas pensando que estamos no céu. Querem “nos fazer a mente”, mas o nosso povo já acordou...já decidiu: não quer esse Falso Paraíso... quer muito mais.., quer uma Nova Angola, com oportunidades para todos, com jus􏰀ça célere e justa. Boas Escolas, Boa Formação, Bons empregos, segurança alimentar e fome Zero...


Querem nos manter amedrontados, amordaçados, derrotados, mas 2023 vai ser o Ano da Coragem Colec􏰀va. O ano de 2023 vai ser o Ano da Mudança de A􏰀tude, da Mudança de Mentalidade. O ano de 2023 vai ser o Ano do Cidadão e da Cidadania, vai ser o Ano da Nação e da Libertação, por uma Nova e Melhor Angola. 2023 vai ser o Ano da Resistência Cívica e Pacífica Generalizada. À opressão, declaramos tolerância zero... nem mais um momento de tréguas...

Dizemos não à violência, todos teremos que respeitar a Lei...Todos teremos que fazer respeitar a Lei... Dizemos não à jus􏰀ça selec􏰀va! O Cidadão deve respeitar a lei, mas os governantes também. Os Governantes não podem ser ao mesmo tempo Governantes e empresários, todos devem respeitar a Lei da Probidade. O Estado tem que ser e parecer uma Pessoa de Bem. O cidadão não pode dever ao Estado, mas o Estado também não deveria dever ao cidadão. O Estado deve respeitar e fazer respeitar a Lei da Contratação Pública.

Chegou a hora de uma verdadeira democracia funcionar em Angola, e a hora, é agora! As ins􏰀tuições têm que funcionar, independentes dos Par􏰀dos Polí􏰀cos. Não podemos mais aceitar a par􏰀darização do Aparelho de Estado. Teremos todos que respeitar a separação de poderes. Ninguém pode interferir no funcionamento da jus􏰀ça, nem tão pouco impedir a fiscalização das ac􏰀vidades do Execu􏰀vo por parte dos Deputados da Assembleia Nacional, essa é uma das tarefas do Deputado, insusbituível e sagrada.

Chegou a hora de impedir o con􏰁nuo saque ao que é de todos nós... A Corrupção e a má governação mata em Angola, mais do que uma bomba atómica... A Corrupção e a má governação mata milhões, que ficam sem saúde, sem escola, sem estradas, sem eletricidade, sem saneamento básico... A corrupção e a má governação está a destruir o nosso Estado e os nossos bons costumes. A corrupção está a comprar consciências. Estamos a ficar sem princípios. Tudo se resolve, ou não, na base de uma gasosa. Há quem compre governantes, agentes da ordem e da jus􏰀ça, filha e mulher alheia... Damos mais importância ao novo modelo de Telemóvel, do que à falta de hones􏰀dade de quem rouba ou se vende para o obter...Estamos a perder a vergonha e a alma... Damos mais importância ao que temos, em vez de nos focarmos no que devemos ser: Honestos, Produ􏰀vos, Solidarios e Sensíveis...

Angolanas e Angolanos, nem tudo está perdido, basta querermos e nos esforçarmos para mudar. O mais importante é acordarmos deste maldito pesadelo e percebermos que também somos cúmplices desta realidade. Somos, parcialmente culpados por este Estado da Nação. Contudo, juntos e esclarecidos poderemos, sem violência, construir uma Nova Angola...

2023, pode ser uma viragem, uma grande mudança de direcção. Para o efeito, como diria o grande músico e ac􏰀vista Bob Marley: “Stand Up For Your Rigths “ dito em Português, Luta pelos teus Direitos!

2023 terá que ser o ano para a implementação do processo das autarquias em Angola. Já ficaram com o nosso voto, mas não podemos deixar que nos 􏰀rem os nossos sonhos, a nossa esperança, a nossa dignidade, o nosso futuro...

2023, terá que ser o ano da resistência cívica pacífica, contra o atropelo grosseiro e evidente dos Direitos Humanos em Angola. Contra a manutenção de prisoneiros polí􏰀cos, contra a repressão em Luanda, Cabinda, Lundas, entre outras localidades.


2023, será o ano dedicado ao movimento cívico: “Autarquias Já”... não nos 581 Municípios, conforme se está a pretender, só para desvalorizar e atrasar as autarquias, mas nos 164 Municípios já existentes em Angola. Digamos não às manobras de destruição das Autarquias.

Querem-nos dividir, para melhor reinarem, não deixemos que isso aconteça. 2023 terá que ser o ano da união dos verdadeiros sindicatos, que lutam por uma melhor condição de vida dos trabalhadores e dos utentes dos serviços do Estado: na Saúde, na Educação, nas Forças da Ordem pública, no Exército, na Administração Pública, nas Empresas... todos precisamos de melhores condições de vida... Unidos Venceremos, Angola Vencerá...

Este ano de 2022, o Movimento Cívico Nova Angola conseguiu realizar o 1o Congresso da Nação, que reuniu Angolanos de todas as proveniências, credos e sensibilidades poli􏰀cas e sociais, com o objec􏰀vo de Pensar Angola e de encontramos, juntos: O Projecto Angolano de Consenso.

Tendo em conta o início da campanha poli􏰀ca, foram congelados os trabalhos do Congresso da Nação e remarcado o mesmo para os dias de 29 e 30 de Junho de 2023... será certamente uma grande oportunidade para dar con􏰀nuidade aos debates em prol de “um Projecto Nacional de Consenso, Por uma Nova Angola Já! “ Sintam-se desde já, todos, convidados.

Angolanas e Angolanos, enquanto há vida há esperança e todos somos igualmente responsáveis pelo futuro dos nossos filhos, dos nossos netos e pelo Futuro de Angola. Todos seremos poucos para esta Nobre Missão...

Aproveitamos para reiterar os nossos votos de um Feliz Natal e Próspero Ano Novo, com muita saúde, harmonia familiar, muito amor e muita paz.

Que Deus proteja Angola e a Humanidade.

Luanda aos 25 de Dezembro de 2022 Francisco Viana

Deputado do Povo

Movimento Cívico - Nova Angola Já






Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação 

Postar um comentário

0 Comentários