ASSUNÇÃO DOS ANJOS: GRANDE FIGURA- SALAS NETO



Naquela hora, ouvi a notícia da sua morte de raspão, de tal modo que sequer conseguira apanhar aonde tinha acontecido, nem quando. Agora já sei que foi ontem, em Espanha, após prolongada doença. Fiquei sentido, porque ele era uma pessoa de quem gostava muito.

Conheci-o pessoalmente em Novembro de 2001, em Paris, durante uma das actividades inseridas nas celebrações da independência nacional organizadas pela embaixada angolana em França, da qual ele era o chefe. Entre elas constavam concertos musicais e encontros sobre a literatura angolana e outros. Lembro-me de lá ter visto as Gingas, o João Melo, o Luís Kandjimbo e outros escritores.

Foi também lá que acabei por saber que o famigerado Fernando Garcia Miala afinal era um rapaz da banda que eu já conhecia há bué, sem que me passasse pela cabeça que uma fosse a outra. «Xé, o todo-poderoso Miala afinal é você?!», perguntei-lhe, admirado, quando me acerquei dele, depois que um «quilesse» biaco me foi chamar a seu pedido, para um bate-papo, nas torres dos campos elísios, onde decorria o fecho das celebrações. Eu estava lá a serviço pelo Angolense, numa fezada sobre uma maínga do Severino Carlos, que não tinha o passaporte em dia, quando o convite chegou. Fui muito bem tratado, melhor ainda por beneficiar do apoio do meu amigo Ramiro Barreira, que era o adido de imprensa.



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Voltei a estar com eles uns anos mais tarde, quando Assunção dos Anjos era já o embaixador angolano em Lisboa. Era véspera de natal e acabei por ir cobrir uma visita que ele fez a uma cadeia da capital portuguesa onde se encontravam bué de angolanos kuzuados, para lhes transmitir algum conforto por altura da quadra festiva. Gentleman até não mais, ele tratava-me com tanta elevação, que muitos funcionários da embaixada, buamados, se calhar imaginavam que eu seria alguém muito importante enviado de Luanda para alguma fiscalização.

Num dia desses, estava à conversa com o Ramiro Barreira no seu gabinete, quando o edifício tremeu. Descemos de lá que nem doidos, mais o RB do que eu, pois ele é um granda espantado. Era mesmo um tremor de terra, com epicentro nos mares lá do Algarve, de não sei quantos graus na escala de Ritchie, que também se fez sentir em Lisboa. Parou um bodiúrra, que caiu dum andaime.

Depois disso, só ouvi falar de Assunção dos Anjos quando ele se estava a meter no desporto motorizado como dirigente, sempre com o seu Ramiro Barreira ao lado.

E agora esta de que ele acabou por falecer. Inclino-me diante da sua memória, endereçando à família enlutada, incluindo o Ramiro Barreira, os meus mais elevados sentimentos de pesar. Que a terra lhe seja leve!




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