Aos olhos da opinião pública nacional e internacional tem-se a ideia de que a composição do Hino Nacional foi um assunto pacífico e que o mesmo foi feito às pressas, em vésperas da independência nacional, pelo escritor Rui Monteiro e o músico Rui Mingas.
Em socorro da verdade, este assunto terá sido acintosamente ocultado ou nunca foi devidamente esmiuçado para, provavelmente, não beliscar a convicção que se criou à volta deste símbolo nacional e de projecção internacional de Angola.
Para muitos poderá não dizer nada ou mesmo soar a estranho o nome do músico Eduardo Nascimento. Mas, foi este angolano que, por altura do Golpe de Estado do 25 de Abril de 1974 vivia em Portugal, tendo regressado a Angola, em vésperas da independência nacional para concorrer, em Luanda, ao concurso para a composição da Letra e Hino Nacional do país que, entretanto, viria a alcançar a Independência a 11 de Novembro de 1975.
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O Ministério da Informação, que tinha à testa Manuel Rui Monteiro (MRM), criou uma comissão de trabalho que, à última hora, mas que não aprovou o trabalho conjunto de Eduardo do Nascimento e da compositora Ana Maria de Mascarenhas (MM) que, a ser aceite, seria o HINO NACIONAL de Angola.
Para desilusão destes dois autores, Manuel Rui, a pessoa a quem o MPLA havia indicado para coordenar o concurso para a Letra e Hino da República emergente, acabaria de receber o galardão de autor dos referidos símbolos da Nação, em parceria com o cantor Rui Mingas.
À época, tudo indicava que Eduardo do Nascimento (EN) e Ana Maria de Mascarenhas (AMM) seriam os vencedores do concurso e dizia-se que o trabalho que realizaram teria sido subalternizado por quem deveria ser apenas o árbitro e acabou de ser também jogador e vencedor da contenda.
Consta que inspirado no trabalho da dupla EN e AMM, o poeta Manuel Rui terá dado uma nova roupagem ao texto, introduzindo nos versos palavras revolucionárias em voga como «poder popular» e outras de expressões absorvidas do jargão comunista dando assim maior harmonia ao conteúdo do que viria a ser o Hino Nacional de Angola.
Com o calor das emoções e porque a data da Independência se aproximava, a polémica em torno do que se passou nos bastidores do concurso foi praticamente abafada: o vencedor foi o próprio ex-ministro da Informação que controlava os Meios de Difusão Massiva (MDM), sem oposição, porque o Governo de Transição (GT) era controlado pelo MPLA, que meses antes havia expulsado da capital os outros Movimentos de Libertação Nacional (MLN).
Convém lembrar que o músico e compositor Carlos Lamartine já reivindicou, em distintas ocasiões, a co-autoria do Hino Nacional e que terá sido marginalizado pela dupla MRM e RM.
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