MULTIDÕES- ANTÓNIO VENÂNCIO



Corria o ano de 1971 e o povo levantou triste com a notícia da morte por cancro do artista, à época o mais famoso de Angola, Luís Visconde.

Em termos comparativos, na altura Luanda tinha cerca de 400.000 habitantes e a moldura humana deixava várias vezes para trás o número relativo de seguidores do nosso Estado Maior do Kuduro NAGRELHA, numa cidade agora com mais de 10.000.000 de habitantes.

Naquela altura, Luanda inteira, literalmente falando, parou para acompanhar ao cemitério LUÍS VISCONDE.

Por sinal, o primeiro corpo a ser sepultado no Cemitério do Km 14, juntando o acto fúnebre à inauguração da obra pelas autoridades portuguesas.

Luís Visconde também esteve preso. Fora acusado de um crime financeiro cometido na antifa Fazenda  Contabilidade e Finanças, actual MINFIN, tendo permanecido cerca de 5 anos na penitenciária, onde conheceu um brasileiro, dizem, o autor das letras das suas cativantes e famosíssimas canções.



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Luís Visconde, teve o maior funeral de então com muitos milhares de seguidores, algo espantoso e que a todos nos surpreendeu pela grandeza da multidão.

Éramos muito jovens na época (eu tinha apenas 16 anos) e a sua morte nos deixou muito comovidos, mergulhados em lágrimas e dor pela perda de uma voz inegualável, de um ídolo e de um artista de qualidade inenarrável.

Luis Visconde foi dos poucos artistas, talvez o único, com direito a escolta policial pela enorme fama e popularidade de que gozava. Fora estudante do 5⁰ ano, na época um indivíduo com formação liceal e funcionário público, dedicando seus tempos livres à cultura e à musica. Mas que música!!!? 

Provavelmente terá sido "esquecido" tão cedo (será porque era do Rangel?) vou pedir ao KB Gala uma ajuda: seria por isso?

O funeral de Luís Visconde, de uma grandeza popular nunca vista na época, marcou a história e só foi superado com a multidão que acompanhou a morte das crianças mortas por envenenamento no Centro Infantil da Misericórdia das madres junto ao S. Domingos.

Depois, só o funeral de Neto registou uma multidão gigantesca por toda a cidade.

Para os demógrafos e para quem lida com números estatísticos, se relativizarmos o n⁰ de habitantes e n⁰ de seguidores, o funeral de Luís Visconde, pode dizer-se sem medo de errar, foi o maior dos últimos 100 anos para um artista.

Para estas nossas estrelas, tais como Luis Visconde, Bangão ou Nagrelha, figuras emblemáticas e fenómenos com reconhecidíssima popularidade, as autoridades locais podem, devem, eleger um sítio nos seus lugares de nascimento, para honrar a memória de quem em vida representou ou serviu como figura referencial para grandes multidões de seguidores.


Com excepção de Nagrelha, todos os demais funerais de artistas famosos como Luís Visconde ou Bangão decorreram no mais alto civismo, e no sentido cidadão do dever moral cumprido, com elevado respeito pelas almas dos defuntos.




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