A VERDADEIRA HISTORIA DO COMANDANTE CARA PODRE



Este é um resumo da vida de Joaquim José Lunga, Comandante "CARA PODRE" ( Come Ferro e Caga Ferruguem) destemido combatente das FAPLA dos anos mais difíceis da guerra em Angola.


Era filho de José Lunga e de Helena António Camilo, nasceu em 2 de Agosto 1947, na aldeia da Panda, comuna da Ngangula, Município do Sumbe,  Provincial do Cuanza Sul.


Ingressou nas FAPLA em 1974,  logo após a sua proclamação , em Agosto, antes da invasão Sul Africana denominada  "Operação Savannah".




Estava triste e revoltado com o recuo das forças do MPLA do Lobito ao Sumbe, face ao avanço das tropas Sul africanas,. Juntou -se assim ao primeiro grupo de Combatentes Cubanos na ponte sobre Rio Keve, sob comando do célebre  guerrilheiro cubano Arguelles, que viria a falecer poço tempo depois.



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Em encarniçadas batalhas nas quais " Cara Podre" se destacou,  os sul-africanos foram travados e o presidente Neto leu o texto de proclamação da  independência nacional, em 11de Novembro de 1975.


Apos a retirada dos sul Africanos, " Cara Podre" viria a  destacar-se no Município do Cubal, Provincial de Benguela na 98⁰ Brigada de Infantaria Ligeira das FAPLA. No âmbito da actividade operacional  participou em grandes batalhas que se estenderam até ao sudeste de Angola, província  no Kuando Kubango. Testemunhas confirmam que, em 1985,  vai para Gabela e fixa colocado na 49⁰ Brigada das FAPLA onde ajudou a desmantelar várias bases militares.


Após os acordos de Bicesse, em 1991, e a subsequente  extinção das FAPLA para a criação das FAA como exército único nacional,  ao abrigo dos referidos acordos, o major Joaquim José " Cara Podre"  foi colocado no quartel do Estado Maior General e, posteriormente, foi transferido para Capanda. Pouco  tempo depois, seria novamente transferido pelo Estado Maior General  das FAA para a província do Cuanza Sul no Município da Quibala para proteger  áreas diamantíferas.


Dizia-se que o mítico Comandante "Cara Podre", era o homem que pisava minas e elas não explodiam. Era admirado pelos seus camaradas de trincheira, respeitado pelos seus superiores e  temido pelos seus inimigos. Foi perguntado várias vezes por aqueles que com ele combatiam:- " Tens feitiço comandante?"- contam , os que o conheceram, que Em ele somente sorria, como quem dia-" deixa para lá".


O sargento Sankara que serviu durante muito tempo como seu guarda conta que, de facto, " Cara Podre"  não tinha o aludido feitiço,  mas, tendo em conta o que presenciou em combate, ele nunca fez um tiro que não neutralizasse um " inimigo". Comandava os seus soldados na linha da frente, como se fosse um sargento comandante de secção, com a sua arma às costas. O comandante praticamente não disparava, mêsmo que estivesse debaixo de fogo intenso.

Quando tivesse que disparar era para aniquilar o oponente. 


Certo dia o destemido comandante deixaria i mundo dos vivos demonstrando a mesma coragem de sempre. A morte de Cara Podre aconteceu no dia 2 de Junho de 2000,  em circunstâncias adversas que marcaram indelevelmente o percurso destrutivo da guerra civil em Angola.


Ele comandava as tropas do governo no municipio da Kibala. Fala-se que tinha sido convocado para uma reunião do COP-Kwanza Sul a realizar-se na Gabela. Uma vez chegado ao local da reunião, desencadea- se uma ofensiva na região e o movimento UNITA toma o controle da Vila da Kibala. 


Confrontado com a difícil situação no terreno, o comandante "Cara Podre" toma a decisão de regressar a Kibala com um punhado de tropas ( menos de um pelotão de tropas regulares).


Um outro comandante das FAA de nome Domingos Ministro ainda chegou a pedir-lhe que aguardasse pelo menos mais um dia, que chegariam  reforços. Ovstinado vomo sempre, "Cara Podre" mandou-lhe lixar, aliás era do conhecimento geral que os dois comandantes  pm não se entendiam la muito bem. Nesta altura oMinistro era o Comandante do COP do Kwanza-Sul.


"Cara Podre" decide avançar por sua conta e risco. Subitamente, eramsurpreendidos por forte tiroteio na margem do Rio Nhia. Sem vacilar  "Cara Podre"  mergulha para as águas do rio traiçoeiro para ensaiar a travessia. e assim  nunca mais foi visto com vida.


Ficou desaparecido por sete angustiantes dias e noites. Todos procuravam e já revelavam o pior, mas muitos ainda acreditavam num inesperado milagre. Com o comandante "Cara Podre" tais milagres já tinham acontecido várias vezes.


Mas, desta vez, o destino fatal se antecipara. O comandante "Cara Podre " estava morto. Dias depois o seu corpo seria encontrado sem arranhão e nem sinal de afogamento. O povo afirma que o relógio que tinha no pulso continuava a trabalhar e trabalha até hoje, segundo garantem os seus.


Um ex-soldado que com ele combateu, reconheceu o corpo por um dedo defeituoso na mão direita.


O que faz aumentar o mistério em volta do sucedido e a família e companheiros de trincheira não conseguem aceitar, é um homem que,durante  a invasão Sul Africana, fazia várias vezes ao  dia a travessia à nado do rio Keve ( Ngonga) com um saco de feijão e batata dece às  costas para mantimento da família na outra margem, fazendo isso durante 2 meses, a ir morrer asdim na travessia de um rio pequeno, como o Nhia.


Morreu o meu comandante, o meu "COME FERRO E CAGA FERRUZ", como ele proprio dizia. Foi-se para sempre o meu soldado "anti-bala" , o meu "anti-mina", meu eterno "anti-missil" , enfim, o meu imortal comandante.


Tanto Domingos Ministro, assim como Cara Podre, são lendas da nossa maldita guerra. 


Os mais-velho recirdam que quando o cortejo com seu corpo inerte passou pela Gabela, a cidade parou e o povo vergou-se respeitosamente perante a sua família. Foi muito pranto derramado por todos os presentes.


HONRA E GLÓRIA AOS HERÓIS DA PATRIA


Eduardo Cussendala




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1 Comentários

  1. Boa estória ou História do nosso querido comandante, mas tenho a dizer que o Jornal admitiu muitos erros nesta história e que em termos legais não seria permitido que o articulista metesse a disposição dos leitores ( Esta é a minha contribuição em relação aos erros cometido)

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