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A UNITA E A CEGUEIRA



Embora seja uma balela cientificamente desmontada, a generalidade das pessoas acredita que dois raios não caem no mesmo lugar.

Também não está cientificamente comprovado, mas a generalidade das pessoas toma como burro o indivíduo que se “espalha”, pelo menos, três vezes no mesmo buraco.

Motivada pelo interesse de constranger o MPLA, o seu único e verdadeiro adversário, nas eleições de 2012 e 2017, a UNITA incorporou na sua lista de deputados pessoas que não são seus membros.  

Com pretenso título de independentes, a UNITA, e em homenagem ao que chama de inclusão, tem encaixado na sua lista de candidatos a deputados cidadãos que, não sendo seus membros “orgânicos”, corporizariam a chamada sociedade civil. 



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O primeiro “ independente” que entrou na Assembleia Nacional  pela mão da UNITA foi o antigo jornalista Makuta Nkondo, em 2012.  

Na eleição seguinte, em 2017, ele bandeou-se para a CASA-CE.

“Obcecada” por incorporar pretensos representantes da sociedade civil ou figuras ditas independentes, em 2017 Isaías Samakuva, então presidente da UNITA, compensou a deserção de Makuta Nkondo com a integração de David Mendes, um “ independente” que jamais chegaria à Assembleia Nacional pelo próprio “pé”, isto é, concorrendo com um partido próprio.

Nos cinco anos que permaneceu na Assembleia Nacional às costas dos “maninhos” não se ouviu de Makuta Nkondo a mais leve alusão ao passado de violência da UNITA e de Jonas Savimbi. 

Pelo contrário, Makuta era para a UNITA um sinónimo de encómios e de enaltecimento pela oposição ao “regime do MPLA”.

Actualmente desempregado por força da falência da CASA-CE, o antigo jornalista da Angop metamorfoseou-se num poço de ódio e rancor à UNITA. Redes sociais frequentadas por de conhecidos militantes do MPLA transformaram em quase hino nacional as recentes “descobertas” de Makuta Nkondo de acordo com as quais Savimbi teria um gigantesco grelhador à lenha na Jamba, onde assava e torrava pessoas. 

Quem ouça as declarações do ora “arrependido”, quase acreditará que Makuta Nkondo, um bacongo, teria sacrificado a vida pela UNITA se Jonas Savimbi não tivesse pulverizado quase a totalidade da família Chingunji.

Invariavelmente solidário com os maldizentes da UNITA, o MPLA apressou-se em estender a mão a Makuta, num momento em que, quase em prantos, dizia que doravante a sua sobrevivência depende das saquetas de água fresca que a mulher vende na zunga.

Como se não tivesse serventia nenhuma a reforma vitalícia a que tem direito por haver feito dois mandatos parlamentares.


Agora como membro do Conselho de Consertação Provincial do Zaire, uma “gentileza” do governador Adriano Mendes de Carvalho, Makuta, biólogo de formação, está, assim, habilitado a mais algumas “macutas” mensais…

Com David Mendes, as coisas correram como correram. Mal!

A meio do mandato, ou muito antes, o antigo auto-proclamado advogado do povo desembaraçou-se da pele de cordeiro e assumiu, sem disfarces, a sua condição de infiltrado dos “Serviços” na UNITA.

Na AN, mas, sobretudo, na comunicação social público, e, nomeadamente na TV Zimbo, a que tem acesso irrestrito, David Mendes fez tudo, mas absolutamente tudo, para a extinção da UNITA  

O ódio e a repulsa que tem do líder da UNITA quase sugerem que, na adolescência, David Mendes perdeu para ACJ, indiscutivelmente melhor servido “esteticamente”, uma disputa pela mais bela donzela da escola ou do bairro.

Nas duas ocasiões em que o Tribunal Constitucional procurou afastar Adalberto da Costa Júnior da liderança da UNITA, David Mendes fez todos os papéis: antecipou-se aos venerando juízes conselheiros, criticou os argumentos dos advogados da UNITA, enalteceu os queixosos e, inevitavelmente, foi mantendo os “Serviços” a par dos julgamentos e dos desfechos que lhe pareciam inevitáveis. Em ambas ocasiões, o Tribunal Constitucional não conseguiu fazer prevalecer a vontade do mandante de David Mendes.

A UNITA tem desafiado, e até agora com notáveis resultados, a crença popular de que que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Com ela cai, duas, três e quantas vezes o MPLA quiser.

Em 2017 apostou os cavalos num “independente” até hoje inconformado com a liderança do partido.

Em 2022, os “maninhos” espalharam-se, pela terceira vez consecutiva, no mesmo buraco. E a isso a voz do povo que é, como é consabido, a voz de Deus, qualifica não apenas como distracção: é mesmo burrice!

Alguns dos “independentes” que a UNITA catapultou a deputados já começam a mostrar as unhas. 

Aos poucos começam a vir à tona evidências de que a UNITA, mais uma vez, comprou gato por lebre. Alguns “inorgânicos”, sobretudo aqueles que entraram no comboio na 25ª e última estação, são, na verdade, pontas de lança.

A narrativa das “pontes” seria, apenas, a parte ainda difusa de um imenso iceberg que os “Serviços” plantaram na UNITA, numa legislatura em que, para alterar a Constituição de modo a acomodar um ou mais mandatos presidenciais, cenário cada vez mais provável, o MPLA precisaria de votos de 20 ou mais trânsfugas. E, aparentemente, há “voluntários” de sobra…

Com o que se conclui com a máxima popular de que o pior cego não é aquele que não enxerga; é o que não quer ver.

De cegueira em cegueira, quando der, e se der, por ela, a UNITA estará feita numa sucursal do MPLA.


Correio Angolense 




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