Os desafios do Reformista J'LO de uma Angola transformada num "barril de pólvora" - Luís de Castro



A eleições gerais de 2022 fazem parte do passado. Para a História fica o registo dos partidos políticos e coligações terem sido obrigados a engolir mais um sapo gigante, em nome da manutenção do Poder de quem governa Angola, há sensivelmente meio século. 


A digestão da fraude eleitoral está tão pesada que após a divulgação dos resultados pornográficos da CNE e do "chumbo técnico", temperado no laboratório do Tribunal Constitucional, a UNITA e a maior parte dos angolanos, que aspiravam alternância, tentam reanimar-se da "sesta" imposta pelo MPLA. 


Após a declaração de tomada de posse no Parlamento angolano do partido fundado por Jonas Savimbi, o PR reeleito João Lourenço viu assim consumado o seu projecto de usurpação do segundo mandato, superiormente gizado pelo "Kremlin", o que transformou Angola "num barril de pólvora". 




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Adepto confesso do modelo de administração de Deng Xiaoping, o presidente angolano reeleito (eleições fraudulentas) assume a sua determinação em reformar o país. Inspirado no histórico estadista chinês, J'LO promete resolver os problemas das comunidades e relançar a economia, sustentada pelo investimento estrangeiro e continuar com a marcha de privatização de empresas. 


Entretanto, para fazer jus, rigorosamente, às peugadas de Reformista "contemporâneo", João Lourenço tem o desafio primário de revisão da Constituição da República de Angola, de modo a "despolitizar" às instituições, sobretudo os "super poderes" do próprio Presidente da República. 


J'LO deve efectuar, também, reformas profundas no modelo de governação, salvaguardando a meritocracia sem olhar para as cores políticas; privilegiar mais o dialogo com os partidos na Oposição, associações profissionais, sociedade civil organizada, incluindo os angolanos na diáspora, de modo a arejar o ambiente de tensão social que se vive no país. 


Os desafios de J'LO não ficam por aí. O PR deve, igualmente, responder imediatamente o acesso à cesta básica e baixo custo, u seja, o combate à  pobreza, afinal o estômago não tem muita paciência para esperar por dias melhores. Como a juventude não tem mente curta, é imperioso implementar políticas públicas de combate ao desemprego, que passa pelo fomento de investimento privado. 


Senhor Presidente da República, outro aspecto menos importante, é necessário humanizar a administração pública, ao ponto de reduzir as regalias dos gestores públicos em função do quadro socio-económico de milhares de angolanos que vivem do lixo. 


Enquanto simpatizante das reformas de Deng Xiaoping, é preciso lembrar aos seus colaboradores que a administração da coisa pública deve ser encarada, em primeira instância, como sacerdócio e não como fonte primária de enriquecimento ilícito. 


Para terminar, elegemos o desafio da necessidade de se repensar o modelo de combate à corrupção, através de uma conferência nacional para colher opiniões de vários quadrantes da sociedade. 


Colocando em prática os desafios acima elencados, acreditamos que o PR J'LO poderá ser lembrado como Reformista à dimensão de Deng Xiaoping.




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