Lourenço Apostado na Sua Recuperação Política



1. A percepção generalizada de que as recentes eleiçõ es em Angola foram fraudulentas diminuiu polı́tica e pessoalmente JOÃO LOURENÇO (JL), mas o próprio, também prejudicado pelo seu insucesso eleitoral em Luanda, está persuadido de que pode recuperar por meio de polı́ticas/medidas tendentes a:

- Melhorar as condiçõ es de vida e bem estar da populaçã o por efeito de grandes investimentos pú blicos e privados; minorar/erradicar fenó menos de pobreza, desemprego e penú ria geral, identificados como causa principal da fraca aceitação da população. 


- Enfraquecer a UNITA,  cuja popularidade considera transitória; através de “acções encobertas” aliciariguras proeminentes da mesma e da plataforma por ela criada, a FPU, com oito de fomentar discórdias internas e isolar o seu lı́der, ADALBERTO COSTA JUNIOR (ACJ); quebrar assim o fulgor da sua capacidade de mobilização.

- Promover uma nova imagem externa de si pró prio e do regime, em resultado de um esforço polı́tico-diplomá tico a concentrar nos EUA.



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No passado recente o regime recorreu a planos para fomentar desavenças internas na UNITA, tendo em vista isolar/afastar ACJ, mas sem sucesso. Propó sitos semelhantes, igualmente mal sucedidos, foram assinalados em acções do Tribunal Constitucional (TC), para o efeito “instrumentalizado” pelo regime. Conjectura-se que a efectiva popularidade de que ACJ desfruta se deveu à condição de “vı́tima” que lhe foi transmitida pelo “frenesim” do regime contra si pró prio.

2. Entre as condiçõ es polı́ticas gerais c o n s i d e r a d a s f a v o r á v e i s à s u a recuperaçã o, JL valoriza especialmente o facto de a sua reeleição e a vitória eleitoral do MPLA nã o terem sido postas em causa por governos e organizaçõ es internacionais, do mesmo modo que també m nã o o izeram, apesar de alguns “reparos”, as missões internacionais de observaçã o das eleiçõ es. Instituiçõ es referenciais da sociedade, entre as quais a Igreja Católica, procederam do mesmo modo.


 A reacção da comunidade internacional é considerada “mı́nima”, não obstante evidências como a falta de isenção em relação à UNITA e ao seu candidato, reveladas pelo governo na conduçã o das suas polı́ticas eleitorais; a forma como o regime cuidou de se favorecer a si pró prio por via de alteraçõ es introduzidas nas leis e normas eleitorais; o estado de “submissão” em que a CNE e o TC foram colocados, de modo a permitir interferências na sua acção.

Uma delegação da UNITA que visitou várias embaixadas em Luanda com a missão de as pôr ao corrente dos seus pontos de vista em relação ao carácter fraudulento das eleições, deparou em quase todas com manifestaçõ es de “relativa conformação” com o desfecho das mesmas anunciado pelo governo, embora valorizando o “bom resultado” atribuı́do à UNITA e vendo nisso prenú ncio de uma futura vitó ria.

Por via do estreito controlo que o regime exerce sobre as Forças Armadas (FA), Polı́cia e todo o aparelho de segurança, JL também considera que é remota a possibilidade de vir a estalar um clima de aberta e frontal rejeição dos resultados eleitorais por parte da sociedade e/ou da oposição – o que, a acontecer, poderia levá-lo a alterar a sua “agenda” pós-eleitoral. Os chefes e comandantes militares e policiais, assim como os altos funcionários do aparelho de segurança, são habitualmente cativados com benesses numa prática destinada a garantir lealdade. 




3. JL nunca denotou qualquer intençã o de promover um diálogo com ACJ (AM 1366), como forma de comprometer/envolver a UNITA numa soluçã o de poder justiicada pelos substanciais ganhos eleitorais por si alcançados, mas també m pelo “sentimento generalizado” de que foi também ela que venceu no resto do p a ı ́ s e n ã o a s p r o v ı ́ n c i a s d e L u a n d a , Cabinda e Zaire. Estima-se mesmo que em provı́ncias como Moxico, Bié, Huambo e Benguela, todas com antigas ainidades com a UNITA, o seu resultado real terá suplantado o de Luanda.

No entendimento de JL, tal como o mesmo é descrito em meios habilitados do regime, uma atitude de condescendência com a oposição, em especial para com ACJ, tenderia a ser vista como uma espécie de admissão pelo regime de que a UNITA foi prejudicada indevidamente, em razã o do que deveria ser “recompensada”: Além de que estaria dessa maneira a ser projectada, interna e externamente – um “ganho” que tenderia a aproveitar para se engrandecer como adversário do MPLA.

Em várias reuniões internas destinadas a acompanhar a evolução do processo, JL remeteu sempre o desaire em Luanda para causas como uma deiciente organizaçã o da campanha ou para “condutas desleais” de grupos da sociedade ou mesmo do regime, que nã o só nã o votaram no MPLA, como votaram na UNITA, incitando outro a proceder da mesma maneira. As referidas reuniõ es, abertas a um escasso nú mero de dirigentes, ocorreram sempre na sede do partido (AM 1365). 


Com o suposto intento de limitar os protestos, o aparelho de segurança, em especial o SINSE, em articulação com células do próprio MPLA, tem em curso operaçõ es encobertas destinadas a identiicar “animadores” de prováveis focos de contestação e a exercer sobre os mesmos acçõ es de persuasã o/coacçã o destinadas a desencorajá-los (AM 1364).

4. A melhoria da imagem externa que se considera que JL tem em mente é, em especial, aquela que acredita poder advir de uma grande aproximação aos EUA – em particular nos campos da economia e de defesa e segurança. Perspectivas consideradas só lidas de uma tal aproximaçã o tê m vindo a airmar-se no seguimento de uma iniciativa que consistiu numa viagem aos EUA, ABR.21, de uma delegaçã o encabeçada por FRANCISCO FURTADO (FF), ministro de Estado e chefe da Casa Militar do PR.

Supostamente por inluê ncia de tais perspectivas, os EUA aparentam estar agora a sujeitar a sua polı́tica para Angola a uma doutrina à luz da qual razõ es polı́ticas, quando importantes para os seus interesses vitais, podem sobrepor-se a razõ es em maté ria de direitos humanos e de qualidade das democracias. Em Africa, caso do Ruanda. O novo embaixador norte-americano em Luanda, segue uma conduta mais branda para com o regime que a dos seus antecessores directos. 



A polı́tica de maior aproximaçã o aos EUA lançada pelo regime angolano aparenta merecer coniança da parte norte-americana, inclusive por decisõ es polı́ticas a ela associadas, entre as quais se incluem algumas com consequências numa redução da importância das suas relações com a Rússia, em especial no plano militar. Nã o estã o a ser feitas encomendas de material que estava previsto fazer, nem mesmo de peças sobressalentes destinadas aos equipamentos em uso.

De acordo com informaçõ es cuja consistê ncia é considerada boa, JL espera poder efectuar uma viagem a Washington, para inalmente se avistar com JOE BIDEN – um intento tentado anteriormente, mas em vã o. E atribuı́do a JL um ponto de vista segundo o qual um bom relacionamento de Angola com os EUA tende sempre a ter efeitos multiplicadores noutros paı́ses e organizaçõ es internacionais. 


África Monitor 



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