Nestas últimas 48 horas, tenho estado a olhar-me detidamente ao espelho para descobrir algum traço ou características que me assemelham a um incendiário ou pirómano, depois de, num Posto de Abastecimento (PA) da PUMANGOL, me terem negado a venda de combustível em bidão para o meu gerador...
Tudo começou na madrugada desta quinta para sexta-feira quando, em meio à chuva que caiu sobre Luanda, o sistema da rede pública de energia «constipou-se» e deu lugar ao apagão. Ou seja, fiquei DESLAUCADO.
Às apalpadelas, accionei o botão do gerador de 20 CV que, felizmente, obedeceu ao dono, sem opor nenhuma resistência. Faz tempo que não usava a referida fonte de energia térmica.
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À cautela, às primeiras horas do dia decidi juntar alguns bidões para manter a minha «Reserva Estratégica» doméstica em dia, e dirigi-me a um dos PA da PUMANGOL quando fui colhido de surpresa pela resposta do bombeiro que me recusou a vender o gasóleo porque, segundo ele, tinha recebido ordens que proibiam a venda de combustível em bidão. Questionei-lhes as razões, a resposta não tardou. Segundo ele, a polícia, «através» das ELEIÇÕES, havia orientado aos PA para que não vendessem combustíveis em bidões, de forma a não servirem de matéria-prima as ARRUAÇAS e actos de VANDALISMO...
Explique-lhes as razões que me levavam à compra do gasóleo, mas nem com isso consegui demover o funcionário em causa, que, na tentativa de atenuar a minha aflição, pediu-me para que me dirigisse ao seu superior hierárquico. Este, por sua vez, disse-me que nada podia fazer porque receava que viesse a sofrer sanções caso violasse as rigorosas «Ordens Superiores» baixadas pela Polícia Nacional.
O homem disse-me que, volta e meia, os agentes policiais recuavam as imagens de vídeo para apanhar os violadores da lei. Por outras palavras, caçar os trabalhadores que alimentavam os potenciais incendiários e arruaceiros... (kkkkk)
Rendido, vergado ao peso da derrota, bati em retirada e dirigi-me a outro PA onde, felizmente, encontrei um bombeiro que me reconheceu e disse-me que me podia abastecer os bidões, sem o receio de que viesse a usá-los na via pública e desse modo atentasse contra o tal Estado Democrático e Direito.
Num assomo de coragem, o homem arriscou, desafiou às «Ordens Superiores», pelo que espero que não venha a ter consequências por me ter ajudado a resolver um problema para o qual não estava psicologicamente preparado para enfrentá-lo.
Recuei a cassete da minha memória e lembrei-me que em tempos, há poucos meses, escrevi neste meu quintal que os «diligentes» agentes da nossa dita polícia «republicana» andavam a recolher PNEUS pelas ruas com medo de que os mesmos fossem usados para INCENDIAR as «conquistas» da Revolução e do povo angolano.
Pelo andar da carruagem, não tarda que os «iluminados» agentes da lei e da ordem venham a tomar outras medidas, talvez mais duras...
Um recado à nossa polícia: NÃO ENXERGUEM APENAS OS EFEITOS, MAS TAMBÉM AS CAUSAS QUE ESTÃO POR DETRÁS DAS RAIVAS SURDAS E VAGAS DE DESCONTENTAMENTO...
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