A aposta na continuidade do novo Executivo formado pelo Presidente da República, João Lourenço, divide opiniões entre os angolanos. Se por um lado, existem alguns ministros e governadores reconduzidos que têm projectos por concluir, por outro, muitos já deram mostras que não são as pessoas certas no lugares certos.
Não somos apologista de uma alteração radical na estrutura do novo governo, mas sim, e tal como maior parte defende, o momento que o país atravessa exige implementar uma agenda nacional de consenso, alicerçada num espírito de unidade e reconciliação dos angolanos.
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A nomeação do novo Executivo, resultante do pleito de 24 de Agosto, revela a teimosia de um Líder que não soube fazer leitura dos sinais de descontentamento da grande maioria dos angolanos e militantes do partido dos Camaradas, que deram cartão vermelho ao MPLA, ou seja, o PR J'LO ignorou, redondamente, a mensagem da população votante, expressa nas urnas.
Mesmo sabendo das dificuldades que teve de ganhar, ainda insiste na mesma fórmula que levou à exaustão os mais de 30 milhões de angolanos.
Como mau aluno, J'LO e a sua equipa de Assessores teimam em aprender com exemplos de outras geografias, muito menos com a estratégia de inclusão e reestruturação do partido, bem como de uma governação que privilegia a meritocracia, em primeiro lugar.
Olhando para composição do novo governo, que tomou posse, nesta segunda-feira (19.09), revela a aposta, maioritariamente, numa velha guarda e meia dúzia de jovens, sendo que muitos denotam essencialmente "sede de poder" e pouca vontade de mostrar serviço.
Por abusar da velha máxima "equipa que ganha não se mexe", João Lourenço perdeu a oportunidade de ser visto como o Reformador e promotor de uma governação que inclui pessoas ligadas à outras formações políticas.
Quando a perspectiva era "encolher" os ministérios, houve sim desmembramento de alguns sectores, tais como Pescas e Recursos Marinhos e Ambiente. Certo, porém, é que a nova estrutura administrativa do Executivo tem poucos rostos novos.
Ao apostar 90% nos mesmos gestores públicos para o quinquênio 2022-2027, o PR reeleito mostra ser um Homem de fé exacerbada e detentor de uma varinha mágica para revolucionar o tecido socio-económico do país. Importa lembrar que foi graças à postura do Executivo anterior que houve um índice elevado de abstenção nas urnas, fruto das imensas políticas públicas fracassadas e a falta de comunicação de quem se comprometeu governar para o povo e com o povo.
Quanto a nomeação de representantes do PR nas 18 provincias, contas feitas, mantiveram-se 10 governadores nas províncias que dirigiam no mandato anterior, cinco trocaram de província, ou seja, fizeram o jogo da "dança de cadeiras", e apenas três são estreantes. No fundo são as mesmas pessoas com os mesmos programas políticos e a mesma cultura política, dito de maneira mais simples, são as mesmas pessoas com velhos vícios.
A pergunta que não quer calar, será que o "team de sonho" de J'LO terá estaleca e idoniedade moral para combater a corrupção, os (novos) monopólios, o nepotismo e a bajulação?
Pessoalmente, não acredito. Prova disso é que na cerimónia de investidura do PR, o Ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, ligou o botão de bajulação ao afirmar, "João Lourenço é um diamante raro no nosso seio", alimentando assim práticas do passado.
Estamos cépticos que a dignidade no prato dos angolanos poderá ser resgatada com essa dança de cadeiras, e mais do mesmo, que caracteriza a equipa montada pelo PR João Lourenço.
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