A Eleição de Angola: Vencedor Perde- THE ECONOMIST



O Partido Governante foi enfraquecido pela sua própria  batota.


Como tristemente esperado pelos ngolanos com sede de mudança real, O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) que governou o país desde 1975, assegurou de qualquer maneira, que as eleições de 24 de Agosto dessem ao Partido e ao seu Presidente Titular, João Lourenço, outros cinco anos no poder. 


Mesmo assim, os resultados oficiais - 51% para o MPLA contra 44% para a sua eterna oposição, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) esteve mais proximo do que nunca antes.  


Realmente, grupos da sociadade civil, usando um sistema de contagem paralela não oficial dizem que os verdadeiros resultados foram um empate – ou mesmo uma vitória  para a UNITA, que publicou devidamente um resultado de 49,5% a 48,2% a seu favor. Com certeza, o tribunal constitucional repleto de membros do MPLA rejeitou as alegações de manipupalação da UNITA. Porém mesmo os resultados oficiais, embora falsificados, foi uma chapada na cara do MPLA.



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A Comissão Eleitoral geralmente vista como uma cifra do MPLA, não pode negar que os eleitores na provincia de Luanda, que inclui a capital e é de longe a mais populosa, tinha engordado massivamente para a UNITA. Mesmo os bairros mais luxuosos, base da elite do MPLA, são ditos como tendo votado  para a UNITA. Outros relatórios  sugeriram – preocupante para o partido no poder  - que a UNITA recebeu grandes quantidades de votos onde o exército e a polícia, recentemente colocados em “alerta máximo”, eram principais eleitores.

Embora o verdadeiro voto seja impossível de verificar, há boas razões,  tanto para questionar os resultados oficiais como para dar algum crédito à contagem publicada pelos grupos da sociedade civil, cujos cálculos chegam perto dos cálculos da UNITA. A principal técnica usada pelos contadores não oficiais (e cada vez mais usada pelos monitoradores mais perspicazes de eleições em todo o Mundo) é de registar, fotografar , coleccionar  e transmitir a contagem de todas as assembleias de voto, acordadas pelos agentes de todas as partes, no local. Em contraste, a comissão eleitoral central de Angola  recolhe resultados nos centros provinciais sem detalhar a descrição  dos números das assembleias de voto.

Todavia, embora a UNITA tenha desdobrado grupos de agentes do partido tão amplamente quanto possível, terão faltado os recursos e a segurança para cobrir o país inteiro, particularmente nas áreas rurais, onde o partido governante tem extensos poderes de suborno e intimidação. O MPLA, no final de contas, manteve todas os estratagemas do estado a todos os níveis  por quase meio século. Entretanto, as afirmações da UNITA de vitória são indicativas  antes que definitivas.


Em todo o caso, o Sr. Lourenço, embora oficialmente o vencedor, ficou muito enfraquecido. O MPLA ficou dividido, particularmente desde Julho, quando o seu líder de longa data, notoriamente desonesto, José Eduardo do Santos, morreu na Espanha, incitando amargas disputas sobre o seu legado – e até mesmo sobre a organização do seu funeral. Quando o Sr. Lourenço  assumiu a presidência em 2017, ele começou a refrear a influência e a riqueza do seu  predecessor  e da sua família, o que fez ganhar ao novo homem  algum crédito  entre os Angolanos comuns. Poucos se arrependeram quando a filha do antigo patrão Isabel dita como sendo uma das mulheres mais ricas de África, que chefiava a gigante estatal de petróleo, fugiu para o exílio.    

Mas uma tal limpeza da casa sacudiu as fundações  do partido, muitas das perucas estavam tingidas  com corrupção alimentada pelo petróleo. Além disso, desde as primeiras fulminações do Sr. Lourenço contra a corrupção, o sistema de clientelismo e regalias persistiu quase tão descaradamente como sempre. Acima de tudo, o desenvolvimento da economia além do petróleo falhou. Mesmo os veteranos do MPLA  admitem que o partido  tornou-se  imensamente impopular . Os jovens  - a maioria dos Angolanos  tem menos de 25 anos -  estão particularmente zangados.

Contra um tal pano de fundo, a ascensãoo da UNITA foi palpável.  Ela deixou cair a sua reputação de um ex-movimento de guerrilha violento com uma base étnica no coração das terras centrais. Nos seus dias iniciais, sob o  seu líder de longa data, Jonas Savimbi, que foi morto em 2002, ela denegria o MPLA pela sua liderança metropolitana e ideologia marxista, não africana, frequentemente adoptada – tal como a UNITA desdenhosamente a via – por intelectuais de raça mista baseados em Luanda e Lisboa.  

Desde então, a UNITA “desintoxicou” a sua imagem, diz Ricardo Soares de Oliveira da Universidade de Oxford. O seu líder,  dos últimos três anos, Adalberto Costa Júnior, um engenheiro persuasivo, de 60 anos de idade, ele próprio de raça mista, procurou alcançar, das fortalezas tribais, para abraçar, uma eleitorado nacional mais urbanizado, mais inclinado a falar Português, que abandonou o MPLA em multidões.  

Por enquanto, o Sr. Costa Júnior parece cauteloso, talvés não seguro sobre se boicotar  os procedimentos legislativos ou construir sobre o estatuto parlamentar  de quase paridade, apresentando o seu partido como um Governo à espera, enquanto que o MPLA rasga-se à si mesmo. Ele está seguramente determinado a evitar a violência  que se seguiu às eleições disputadas em 1992, quando pelo menos mil activistas da UNITA, incluindo muitos dos seus líderes foram massacrados em Luanda. 

Por enquanto, o Sr. Loureço procurará  negar a importância de sugestões de que ele tenha perdido a sua legitimidade. Os monitores regionais e internacionais de eleições liderados pela União Africana (UA) e pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) declararam as eleições mais ou menos adequadas, como eles fazem invariavelmente, enquanto que a União Europeia  foi quase pouco exigente. Portugal, a antiga potência colonial, está evidentemente satisfeita em tratar com o demónio que conhece – e do qual ela lucra. Enquanrto que Angola implicitamente apoia a Rússia no que diz respeito à Ucrânia por razões históricas , os Governos do Ocidente não  estão com vontade de atormentar um grande produtor de petróleo Africano sobre direitos humanos e democracia. Mas eles podem ser inteligentes em  levar Mr. Costa Júnior mais à sério.

Costa Júnior se candidata a se Senior.




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