Em 2013, fui interrogado por dois oficiais do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), depois que confiscaram a minha câmara fotográfica por ter captado imagens do mural do Hospital Militar Central de Luanda. Naquele dia 18 de Setembro, apresentei-me no local às 6h00 da manhã, e fui interrogado por duas horas.
Após tomarem conhecimento de que estavam diante do correspondente da emissora internacional da Alemanha (Deutsche Welle), os coronéis da contra-inteligência militar perguntaram-me se, para além da minha atividade jornalística, eu prestava colaboração aos serviços secretos alemães. Um dos oficiais, que parecia ser mais simpático, foi direto ao assunto:
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"As Forças Armadas Angolanas têm operativos a executar serviços de espionagem, na República Democrática do Congo, com a capa de jornalistas. Este pode ser o caso do senhor e de outros correspondentes da imprensa estrangeira". Fim de citação.
Isso para dizer que há gente que pode gritar aos quatro cantos do mundo que é jornalista, mas, na verdade, é alicate. Foram colocados nas redações para vigiar os jornalistas incômodos e saber quem são as suas fontes...
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