O ENSINO UNIVERSITÁRIO E OS JOGOS DA SORTE E DO AZAR- JOSÉ LUÍS MENDONÇA



Tenho encontrado na Faculdade onde lecciono excelentes estudantes, meninas e rapazes dedicados, atentos, que não faltam a uma aula e, até, encontrei este ano uma aluna que repetia as alas numa turma pós-laboral.


Porém,uma boa parte dos alunos do ensino universitário (70%) em Angola acreditam piamente que a formação académica é como um jogo de sorte ou azar, tal como a Lotaria, o Totoloto ou o Totobola: aposta-se e, caso os números coincidam, recebe-se a sorte grande (o Diploma). O aluno não pode ver a Academia como um centro de provas de avaliação. Não pode estudar apenas um dia antes ou no próprio dia da prova. Ele deve assimilar os conteúdos ao longo do ano e, quando fizer uma prova, estar ciente de que SABE e de que é capaz de obter uma boa classificação.


Eu tenho transmitido aos meus alunos a técnica da elaboração precoce da TESE de fim de curso: Oriento-os para o seguinte:




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1. Identificar um problema nunca antes trabalhado por outro pesquisador, centrado na cultura local e na observação e vivência diária do próprio estudante. Por exemplo, no Curo de Comunicação Social, onde já se falou tanto de rádio, TV e jornais, porque não estudar o caso da comunicação popular, da rua, dos bairros, dos vendedores ambulantes?


2. Começar no primeiro ano do curso a elaborar o esboço da TESE, através de uma metodologia muito simples: a chuva de ideias sobre o tema. Logo de seguida fazer uma tentativa de arrumação do trabalho por três partes (introdução, desenvolvimento e conclusão), onde se escreve tudo o que nos vier à mente, e aquilo que formos buscando na pesquisa e o que aprendemos nas aulas. Cada uma dessas divisões é elaborada num caderno à parte.


Muitos alunos desconhecem o verdadeiro método de estudo por falta de uma educação à altura baseada no estudo aturado, no esforço conjugado entre a aprendizagem na sala de aula e o estudo individual.  Uns faltam demasiado às aulas, Outros, por vezes, aparacem na sala sem um caderno de apontamento do sumário e das aulas.


Tenho constatado que a pior crise do Ensino Superior em Angola começa no Ensino de Base, onde se deveria ensinar aos alunos a ARTE DO AUTO-DIDACTISMO, ou seja, do Estudo Individual, o amor à pesquisa e ao exercício diário da resolução de problemas científicos.


É claro que as condições sócio-económicas agravam este estado de coisas, com ênfase para as condições de estudo em casa, onde o lar é muito precário, a falta do refetório a preços módicos nas universidades , o transporte escolar, e o próprio estatuto social e laboral dos docentes.


O que fazer?


Nós, professores, devemos trabalhar os pontos vulneráveis da condição estudantil, aqueles que realmente estão ao nosso alcance. Os outros compete ao Estado resolver. Neste caso, está a educação, a sensibilização constante do discente, ensinando-lhe a ARTE DO AUTO-DIDACTISMO, a  capacidade e vontade de compreender, refletir e assimilar conhecimentos sem mestres.




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