1. Um amigo meu entende que a resposta está no Lourenço e no "seu" MPLA. Quem sabe? Mas comecei a fazer as minhas continhas, e cá com os meus botões. Quanto dinheiro se roubou, quantas pessoas participaram do saque do erário e a que agremiação política pertencem? Ora, dizem que a hemorragia financeira que foi parar algures no estrangeiro, nos últimos 20 anos, anda pelos 50 bilhões de dólares. Destes dinheiros Jlo teria localizado cerca de 5 bilhões e devolveu ao país apenas 3 bilhões. Balanço desprezível.
2. Sabemos também que no saque participaram, por acto e por cumplicidade, quase todos os governantes maiores dos últimos anos. E são todos da família política do "combatente da corrupção", o nosso Jlo. Dele admiramos a coragem de soldado já que se propôs a combater a própria casa, sabendo que "os primeiros (e tbm os segundos) a tombar" são seus consanguíneos políticos. Parece ser este combate que levou um ministro (apenas um!) à cadeia. E os outros? E os piores? Balanço igualmente desprezível.
3. O que faltou para este combate ser profícuo? Qual mal(bem)-entendido teve o chefe? O que o Presidente do MPLA bem como os conselheiros e analistas do Regime não descortinaram é que, em Angola, a corrupção não é mãe, ela é filha; a A CORRUPÇÃO NÃO É CAUSA, É EFEITO. Ou seja, a corrupção é apenas um hediondo efeito da partidarização do Estado. Ora, quem partidariza o Estado sequestra a governação e massacra a cidadania. Há corrupção pior?
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4. Convenhamos nisso: quando a corrupção está a este nível institucional, o sensato não é combater um ou outro ministro corrupto, um ou outro parente do Presidente Emérito, mas denunciar o inteiro sistema corrupto, sistema este que gera corruptos individuais. No fundo, os corruptos (embora puníveis) são eles também filhos e vítimas da Babilônia. E como quando um polícia, representante do Estado, dispara à queima roupa contra um delinquente que o sistema, negando educação e pão, criou.
5. A pergunta a fazer não é se Lourenço ou Adalberto combatem a corrupção, mas se eles entenderam que Estado é diferente de partido, que Governo é diferente de Bureau Político ou Comissão Política. Angola precisa de líder ou de líderes que tomam país e as instituições estatais acima dos seus partidos. É o que a governação cessante não conseguiu, definitivamente!
6. Sem destruir o Estado partidário não se vai combater corrupção. Os últimos 5 anos partidarizaram mais ainda as instituições. Os recuos são graves e evidentes: privatização dos tribunais, sequestro da Imprensa pública, impunes e sistemáticos atropelos à legislação eleitoral.
7. O voto consciente deve ser feito em formações que combatem a corrupção? Sim. Mas a primeira corrupção, a mãe das corrupções é a PARTIDARIZAÇÃO DO ESTADO.
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