Angola pode fazer história em 2022- Fonseca Bengui



Angola pode fazer história nestas eleições de 2022,  dependendo do patriotismo e sentido de Estado dos dois principais actores políticos. 

O MPLA, até ao momento, está a ter uma postura muito positiva e deve manter esta postura. Apesar de assumir e aceitar para si a Victoria anunciada pela CNE, nota-se, nas entrelinhas, que ao contrário de 2017, está aberta a aceitar qualquer decisão daquele órgão caso os resultados sejam formalmente contestados e haja provas que justifiquem a sua alteração. O MPLA mostra claramente que não há ambiente para esticar demasiado a corda, por isso atira, de forma inteligente, a bola para a CNE e os partidos da oposição que contestam os resultados. A manter-se esta postura até ao fim,  ou seja, a disposição de aceitar QUALQUER resultado definitivo que vier a ser proclamado pelas instituições competentes, isto é positivo para o país. 



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À UNITA recai a grande responsabilidade de, pela primeira vez na história do país, fornecer ao país e as instituições, provas irrefutaveis de eventuais irregularidades no apuramento dos votos. Ou seja, como todos sabemos, a UNITA anunciou que tinha preparado a máquina para fazer a contagem paralela para obter dados fiáveis a partir das Actas sínteses das assembleias de voto. Tudo indica que, apesar de ter havido confusão em algumas assembleias que impossibilitou o acesso à acta síntese, a UNITA terá recebido, pelo menos 90 por cento das Actas sínteses do total de assembleias de voto. Assim, concluindo todo o trabalho, tem a obrigação de recorrer junto das instituições, em tempo útil, com provas irrefutaveis, se achar que os resultados anunciados pela CNE não correspondem à verdade. Mas se pelo contrário concluir que os resultados da CNE reflectem a vontade popular, então que venha a público assumir a derrota e felicitar o vencedor. É nisto que Angola pode fazer história. A própria CNE pode contribuir nisso - se não tiver nada a esconder- concedendo à UNITA o tempo necessário, dentro dos prazos permitidos por lei, para que consiga fazer prova das alegadas irregularidades. Se as coisas correrem nestes moldes, Angola vai fazer história, independntemente de quem vier a ser proclamado oficialmente vencedor destas eleições. 

À UNITA cabe ainda a responsabilidade de não se deixar levar por qualquer chantagem das massas, sobretudo em Luanda. A UNITA deve deixar uma mensagem forte de estar determinada a lutar somente pelas vias legais e pacíficas, mantendo a estabilidade do país e das instituições. Os militantes e outros cidadãos que votaram na UNITA, sobretudo em Luanda, estão convencidos que o partido ganhou as eleições. Mas temos que compreender e aceitar, como alguém do MPLA disse, que Luanda não é Angola. Temos que aceitar a possibilidade de as outras provincias terem votado maioritariamente no MPLA, como mostram os resultados provisórios divulgados pela CNE. Só diante de provas irrefutaveis é que os militantes e todos os cidadãos que votaram na UNITA terão legitimidade para qualquer reivindicação. É responsabilidade da direcção da UNITA transmitir esta mensagem de forma inequívoca. 

O país precisa de estabilidade para desenvolver a economia que vai se reflectir na melhoria das condições de vida que o povo tanto quer. 

Portanto, a concretizar-se o cenário descrito,  estou em crer que João Lourenço, presidente do MPLA, Adalberto Costa Junior, presidente da UNITA, Manuel Pereira da Silva, presidente da CNE e Laurinda Cardoso, presidente do Tribunal Constitucional, podem fazer a história  do  virar da página sobre o histórico de alegações de fraude nas eleições angolanas. Assim, Angola pode fazer história nestas eleições de 2022 e dar um verdadeiro exemplo de democracia ao mundo.




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