Ainda sobre as causas da impopularidade actual do MPLA, apenas cerceada pelo descaramento de actos fraudulentos e corruptivos- Marcolino Moco



 Continuando a tentar ameno e sereno diálogo com algumas pessoas afectas, orgânica e ou sentimentalmente,  ao “glorioso M”

O principal factor da queda de popularidade do MPLA, neste período da Paz, são os presidentes do MPLA, que são automaticamente PR's de Angola. Assim temos que JES cometeu os mais graves erros de governação, até cair no cansaço e – faça-se lhe justiça – reconhecer que era altura de deixar a função.

Se a Constituição de 2010 salvaguardasse a separação de eleições presidenciais das legislativas e não desse tantos poderes ao PR, como na altura defendi com muita veemência, os PR's tomariam mais cuidados e não teriam cometido tantos erros de palmatória ou, por outro lado, não minariam tanto o prestígio do MPLA, porque seriam “punidos” separadamente.

Como não, JLO, após um breve período de recuperação da popularidade da função presidencial, que automaticamente recuperou a simpatia pelo MPLA, o que faz? 




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Volta e até agrava certas práticas impopulares do regime, como a bajulação, a protecção da corrupção dos “seus”, a repressão de manifestações pacíficas, a composição e orientação dos tribunais superiores e da comunicação social (desde o afastamento da tripla Guerreiro-TPA e João Melo e Malavoloneke-Ministério da CS).

 A isso acresceu a prioridade errada de “promover” a imagem do novo líder da oposição, que há dias“ lho agradeceu”, com Ju Martins, inteligente, a fingir que não percebeu a ironia. E, agora, são os discursos descontextualizados do Presidente, a invocar passados completamente despropositados que lhe roubam mais simpatias na sociedade. 

Vejam “ainda” o que “obrigaram” à nossa bela Hariana Verás a fazer, com aquelas entrevistas “fantoches” a senadores americanos? Aquilo aumenta a popularidades do MPLA, especialmente entre novas gerações, que já não têm razões para votar por puro fanatismo partidário? 

Se há uma coincidência entre o modelo pratico-constitucional, que eu defendo, desde finais dos 80 do século passado e o modelo que a UNITA/FPU apresenta (e Adalberto tão claramente expõe) eu não deveria ser censurado por ninguém, com afirmações como, agora “aquele é o chefe dele”. O meu chefe político sou eu próprio. Dentro do MPLA (o actaul) é que tem de haver coragem de apontar o dedo a quem é culpado pelo descalabro da situação de Angola, quer venham a obter uma vitória (fraudulenta) ou uma derrota (merecida). 

Aproveito para esclarecer que no texto sobre as teses de Ju Martins e Adalberto, o assunto principal não era se o poder se negocia ou não, mas sobre se, nas condições actuais, havendo alternância (ou mesmo não a havendo) não seria bom estabelecer-se um pacto de transição para um regime inclusivo. Em outra ocasião poderei abordar o assunto do lugar em que se obtém o poder: nas urnas e ou fora das urnas? Bom domingo.




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