OS NEGOCIADORES DE BARCELONA



Os interesses das partes que, em Barcelona,  estão a negociar  a tutela do   corpo de JES, convergem redondamente. Uma  das partes  luta pela dignidade da imagem do que é seu, e a outra pela  imagem política do seu Chefe. Enquanto decorrem as negociações, uma das partes está a ferir a honra da  outra usando os  mídias por si controlos  para combater e  insinuar  que a outra  é “maluca”, que são insensíveis  “vão assistir desfile de moda em pleno óbito”. Irritam  com exposições e descobertas de supostos filhos não assumidos do malogrado,  e etc. Não há como haver consenso e confiança  negociando a frente e por detrás apunhalar.


É  semelhante as  negociações de paz para entre o governo de Moçambique e a RENAMO, em  1992, em Roma.  Uma das primeiras exigências da RENAMO, era de que a FRELIMO, dali em diante deixasse de trata-la por “bando de bandidos armados” nos seus comunicados.  A FRELIMO respeitou, e ambos assinaram o calar das armas. 


No caso de Barcelona, está difícil preserve que a formula moçambicana resulte. A parte que insulta tem dificuldades de perceber que é a que mais precisa. É a que deveria ser mais humildade. 




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Em linguagem popular, pode-se já dizer que  “as miúdas tem a vitória eleitoral do chefe nas mãos”.  Sem corpo do antigo líder em Luanda, e com manipulação ou não dos resultados,  ficará complicado, o partido do novo líder, se apresentar depois de 24 de Agosto, com resultados superiores ao das eleições  de 2017.  As pessoas irão desconfiar e questionar. Se com popularidade alta em 2017, o novo  Chefe  teve  61% dos votos, agora com popularidade baixa ganha com quantos? 


O  logico será ter resultados baixos. O quadro é mais complexo, que nem a INDRA saberá vender uma solução que ninguém depois questione. A menos que não se de importância no que se vai dizer, e se mantenham  o general  Furtado, a pregar ameaças e belicismo.  


Se o problema de luta de corpo,  fosse nas hostes do partido da Jamba, tudo seria mais fácil.  Era só mandar os analistas  na TV dizerem que  a “oposição perdeu votos porque não conseguiram enterrar o corpo do líder arquitecto,  e que foram os seus próprios militantes que os penalizaram”. Ou então que “ perderam porque não  conseguiram fazer campanha eleitoral, porque estavam em óbito e que enquanto os outros trabalhavam eles não se entendia sobre o destino do corpo do falecido líder maltratado”.


Caso para dizer que as  “miúdas”, não só  tem a vitória eleitoral do chefe nas mãos, como também, tem o  futuro político do chefe, com elas. Os negociadores em Barcelona terão de ser humildes, terão de entender que não se negocia hostilizando.  Para o chefe é caso   de vida ou morte, ou de segurança nacional. O chefe vai precisar usar todas as armas a seu alcance para não ser o coveiro do partido.  Há que haver serenidade dos dois lados.  O chefe está a ser desrespeitado publicamente. Há vídeos de  vendedoras de ruas acusando-o  de ter morto o “seu” Zedu. O chefe merece ser  respeitado por  todos, inclusive pelas “negociadoras” de Barcelona. O Chefe deve ser respeitado na mesma dimensão que respeitávamos e honramos a memória de  NETO e  JES. 


José Gama




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