OS 11 ANOS DO «KILAMBA», UMA DAS OBRAS DO EDUARDISMO- ILIDIO MANUEL



Um cheiro nauseabundo empresta a atmosfera  e passeia-se pelas ruas, umas largas, outras estreitas. Águas escuras, fétidas correm soltas pelo asfalto. O capim alto onde, provavelmente, fazem morada répteis deu lugar aos jardins entre o conglomerado de prédios, de distintas cores e alturas.

A cidade dormitório, que alberga milhares de luandenses, sobretudo jovens, fez 11 anos de idade. O seu surgimento há uma década veio preencher um enorme vazio em matéria de alojamentos numa cidade que tinha uma das rendas mais altas do mundo. Representou um rude golpe aos empresários do sector.  



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A centralidade do Kilamba foi, sem dúvida, uma das maiores obras públicas do eduardismo, com recurso ao crédito chinês. Não se sabe ao certo quanto custou aos cofres do Estado angolano, mas diz-se que terá engordado os bolsos de uns poucos «tubarões» afectos à SONIP, o antigo braço imobiliário da SONANGOL. 

À boca pequena, fala-se num descaminho de milhões de dólares de um kilapi que Angola não terá pago ainda à China.   

O «Kilamba» já foi num passado recente um «cartão de visitas» que era dado a ver aos inúmeros estadistas africanos que, volta e meia, aportavam em Luanda e cá vinham enaltecer os feitos do «arquitecto da paz»... Era uma espécie de espelho de «boa governação» que, na óptica dos governantes angolanos, deveria ser seguido pelos estadistas do continente, sobretudo os que pretendiam eternizar-se no poder.

Por detrás desta ilha da opulência e vaidade escondiam aos olhos dos visitantes os mares de misérias dos mussuques e bairros de lata dos descamisados e deserdados que viviam, ou vegetam com menos de dois dólares por dia.

 (*) Este artigo foi publicado em 2019 tendo sido ligeiramente adaptado.




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