Quem ouviu o pronunciamento do deputado à Assembleia Nacional pelo MPLA Américo Cunonoca, num misto de alarmismo e intimidação, pode ter ficado com a sensação de que o clima de uma pré-guerra está instalado.
Para o ex-líder da bancada do " maioritário", os partidos que estão a colocar em causa a lisura e transparência do processo eleitoral estarão a instigar a desobediência civil e o recurso à violência. Deixou transparecer que havia um destinatário específico na sua mensagem: o partido arqui-rival.
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Foi de todo infeliz e despropositado trazer à memória os trágicos acontecimentos de " 92", como se a UNITA tivesse ainda um exército pronto para entrar em guerra, caso os resultados eleitorais não lhe venham a correr de feição.
Hoje, 20 anos depois da paz das armas, ninguém em sã consciência acredita numa nova guerra pós-eleitoral , visto que UNITA de ACJ está longe de ser a UNITA de JMS.
Em boa verdade, o que Américo Cunonoca debitou hoje no hemiciclo enquadra-se na velha estratégia de preparar a opinião pública nacional e internacional de que há um vencedor antecipado das eleições e um eterno derrotado que, na óptica dos estrategos do " M", poderá recorrer à violência à conta de um suposto mau perder.
Não está em causa uma ameaça velada no sentido de fazer com os adversários aceitem pacificamente a vitória do seu partido, ainda que obtida de forma fraudulenta? Só pode!
Texto do jornalista Ilidio Manuel, título da autoria da redação do Lil Pasta News.
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