Negócio imobiliário ameaça existência do D’Agosto

 




Finalmente, quase dois anos depois de a actual Direcção do Clube Desportivo 1. º de Agosto tomar posse, o presidente da Mesa da Assembleia Geral, o general Egídio Sousa Santos, decidiu convocar a primeira reunião-magna do presente mandato (2020-2024). E fê-lo apenas porque o clube “rubro-negro” vive uma crise financeira sem precedentes que ameaça a sua existência. Se não fosse tamanho problema, possivelmente não o faria.


Conversas nos corredores do Estado Maior General (EMG) das Forças Armadas Angolanas (FAA) revelaram ao Lil Pasta News que a marcação da assembleia para 20 de Agosto próximo obedeceu a uma estratégia gizada para empurrar o actual presidente do clube para fora da liderança da Direcção . De acordo com o plano, o primeiro passo foi o corte de 75% da dotação orçamental do clube para criar insatisfação em relação à Direcção. 




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O segundo passo é fazer com que o clube enfraqueça tanto ao ponto de perder alguns dos seus principais activos desportivos, o que já começou a acontecer. Um exemplo é a saída, a custo zero, de Mário Balbúrdia, um jogador da formação, para o Estrela da Amadora, da Segunda Divisão de Portugal. Sem salários há 10 meses, outros atletas vão também dar o passo para fora. Sem capacidade financeira, o que determinará a parte desportiva, o 1. º o de Agosto vai deixar de ser um clube grande, competitivamente falando e não só. Na sequência, os desaires desportivos vão criar estado de opinião desfavorável à actual Direcção e grande parte dos sócios pode votar pela sua saída, ficando sem condições de nenhum tipo para continuar em funções. 


A terceira etapa é promover uma Direcção dócil que atenda aos interesses de um grupo de altas patentes das FAA, radicado no EMG e no Ministério da Defesa e Veteranos da Pátria. O ousado plano será concluído com uma investida para a alienação do património do D’Agosto em benefício do tal grupo de generais, alguns dos quais poderão integrar a projectada “nova Direcção”. Os alvos para alienar estão identificados: A sede do clube, ao Rio Seco, na Maianga, e as instalações do GAMA (ex-Clube dos Caçadores), no Miramar. Os potenciais “assaltantes” do património da agremiação “rubro-negra” entendem que, tendo modernas e funcionais instalações no antigo quartel da Direcção de Comunicações das FAA, bem como outros equipamentos desportivos no quartel RI20, o clube não precisa de ter mais instalações desportivas. É por este motivo que querem diminuir a sua grandeza e justificar a redução do número de instalações desportivas. É por esta razão também que querem ver o presidente de Direcção fora do clube, porque sempre que o assunto veio à baila ele opôs-se com firmeza. 


Tudo isso para, após alienação, os espaços serem “aproveitados” para empreendimentos imobiliários de alta renda. Quer as instalações do Rio Seco, quer as do Miramar, sobretudo estas, situam-se em zonas nobres, apetecíveis e de alta rentabilidade no casco urbano da cidade de Luanda. É o “apetite” insaciável de alguns generais para o negócio imobiliário de alta renda que está na base do corte orçamental imposto pelo Ministério das Finanças ao 1. º de Agosto. Por enquanto não estamos em condições de apontar os nomes envolvidos nesta trama que foi urdida na calada da noite e longe de olhares e dos ouvidos dos sócios. 


Enquanto isso, o clube não saber onde encontrar dinheiro para honrar os compromissos desportivos futuros, aventando-se a possibilidade de desistir da próxima Liga dos Campeões Africanos por falta de dinheiro. Também não sabe aonde buscar dinheiro para saldar a dívida de quase 6.000 milhões de Kwanzas acumulada em quase um ano, com atletas, técnicos, trabalhadores e fornecedores. Alguém disse por aí que os marimbondos deixaram de picar? Ao que parece, não deixaram! Eis um caso para a PGR investigar.




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