Luís de Assunção Pedro da Mouta Liz, vice-procurador geral da República, fala com eloquência.
É dos poucos magistrados do Ministério Público que não está permanentemente às turras com a língua portuguesa.
Geralmente hábil a “transitar” nos labirintos da língua, Mouta Liz surpreendeu os jornalistas quando , ao falar sobre o rumoroso caso da presidente do Tribunal de Contas, pareceu ter água ou pedras na boca.
“Esta é matéria específica da PGR e sobre isso não falo”, respondeu à pergunta sobre a posição da Procuradoria Geral da República a respeito do rumoroso caso.
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A resposta do magistrado não é peixe, nem carne.
Mouta Liz é vice-procurador geral da República. Ora, ao afirmar que não fala sobre “matéria específica da PGR”, o afamado magistrado cria no cidadão a dúvida sobre quem pode ou não falar a respeito do assunto que, por estes dias, colocou o Tribunal de Contas no centro das atenções.
A pouca esclarecedora resposta de Mouta Liz significa que à PGR não está a sobrar coragem para investigar os graves actos que são imputados à presidente do Tribunal de Contas.
Na última entrevista colectiva que concedeu a jornalistas angolanos, o Presidente João Lourenço disse: “Ali onde há crime a nossa Justiça, ultimamente, tem a liberdade de actuar (...)”.
Será que a PGR não está sintonizada com o Presidente da República ou o país assiste a uma sólida prova de corporativismo, em que os poderosos se protegem uns aos outros?
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