A Propósito da Intervenção Política dos Músicos Bonga e Matias Damásio-Lazarino Poulson



Voltaire dizia:” Não concordo com o que dizes mas defenderei até à morte o teu direito de o dizeres”.


A intervenção directa nas campanhas políticas de dois músicos de renome — o Bonga apoiando a UNITA e o Matias Damásio pelo MPLA tem causado muita polémica, sobretudo no caso do último artista que tem sido duramente criticado nas redes sociais. 

Nas democracias consolidadas assistimos recorrentemente a participação de músicos, actores e artistas em geral nas campanhas eleitorais apoiando abertamente os seus candidatos. Acontece nos EUA, no Brasil, no Reino Unido, na África do Sul, em Portugal, em Cabo Verde ou em qualquer outro país democrático do mundo. 


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Não há nenhuma proibição legal, nem de ordem ética ou deontológica  para os artistas. Diferente de outros profissionais, que estão impedidos de terem filiação ou participação directa em actividades políticas, como são os casos dos efectivos da polícia, das forças armadas ou magistrados (judiciais ou do ministério público), os artistas não sofrem  restrições nos seus direitos de cidadania — podem apoiar abertamente os seus partidos e candidatos. 

Não obstante o facto de Angola ser ainda uma “democracia emergente” que precisa de consolidar os institutos e instituições afins, a existência de “intolerância política” é uma ocorrência contingente que deve ser combatida. 

É evidente que o exercício democrático é “ainda” estranho  à nossa “cultura “, que é essencialmente sectária -hierárquica, estando a percorrer o tempo de maturação  para ser absorvido pela consciência colectiva.  O respeito pelo adversário político ainda não é “um lugar comum” no léxico nacional. 

Mas estamos certo que a democracia é um valor universal que entrou na nossa realidade com o condão de “não retorno” — daí a necessidade de apreendermos e compreendermos os seus princípios e fundamentos. 


Por isso, deixamos, hic et nunc,  o nosso apelo para que cada cidadão respeite o direito a diferença e das escolhas políticas de cada um. 

O Matias Damásio tem direito de manifestar -se a favor e defender o seu partido, tal como Bonga pode fazê-lo musicalmente pelo partido que tem simpatia. 

Para os decisores  políticos deixamos  a advertência de Zygmunt Bauman “ a tarefa de construir uma nova ordem e melhor para substituir a velha ordem defeituosa não está hoje na agenda — pelo menos não na agenda que se supõe que acção política resida”. Dito de outro modo, — “Políticos coloquem os princípios democráticos na agenda política”. 

Neste período de campanha que hoje inicia vamos respeitar as escolhas de cada um e sobretudo cumprir com a nossa “obrigação” de cidadania —votar.  Que vença a democracia!




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