A POLEMICA ENTREVISTA DE JES À SIC



«Quando voltámos a Luanda, o meu câmara decidiu filmar na cidade, para ter imagens da capital angolana. O que não esperava era que a polícia o detivesse e levasse para a esquadra, para ser interrogado. O jovem cameraman disse ao chefe da polícia que era filho do correspondente Henrique Cymerman [correspondente da SIC em Israel] e que tínhamos ido a Luanda "para entrevistar o Presidente". O chefe da polícia respondeu com uma grande gargalhada. Mas permitiu que o meu filho me telefonasse para o hotel. “Pai, estou preso. Não acreditam que viemos entrevistar o Presidente”.

Pergunto-me até hoje qual seria a cara do chefe da polícia quando, 30 minutos depois, chegaram à esquadra membros da guarda presidencial e depois de gritarem ao envergonhado chefe da polícia, pediram desculpa ao meu filho Yair e libertaram-no.




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Partimos para o palácio. Quando entrámos no gabinete do Presidente, ouvi uma voz que, com surpresa, me perguntava, quase aos gritos: “Cymerman! O que está a fazer aqui!?”. Era Aldemiro Conceição, chefe de comunicação do Presidente, que desconhecia totalmente a decisão de José Eduardo dos Santos de romper o silêncio de várias décadas. No seu gabinete ninguém sabia da sua decisão.

A entrevista foi longa e fiz-lhe perguntas delicados: sobre a corrupção e a enorme pobreza no país com mais petróleo no continente africano depois da Nigéria; a transição política; a herança sangrenta da guerra civil; as tensões com Portugal.

Quando terminámos a entrevista partimos rapidamente para o aeroporto, perante os olhares surpreendidos dos membros da equipa presidencial. Quando a entrevista foi transmitida na SIC começou uma chuva de reações, sem precedentes durante a minha vida jornalística: desde insultos por me ter atrevido a falar com um “ditador sanguinário" até aplausos de colegas e de espectadores por finalmente ter conseguido que um dos líderes mais importantes da história africana falasse perante uma câmara de televisão.» 

HENRIQUE CYMERMAN, correspondente da SIC em Israel.




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