Durante a luta de libertação nacional, muitos dos lideres da guerrilha do MPLA, nasceram os seus filhos nos maquis. Estas crianças, hoje já adultas tem as suas militâncias políticas que quase convergem com as suas idades. A semelhança de Irene Neto, Paulo Laura, irmãos Nelumba, e outros, o também Francisco Gentil Viana, que acaba de anunciar ruptura com o MPLA, é um deles. Na imagem em anexo, temos Paula Lara e Francisco Gentil Viana, quando crianças, levados pelo comandante Hojy Ya Henda (marcado na foto), para assistirem uma partida de futebol em Conacry, onde o MPLA, liderado por Mário Pinto de Andrade, estava instalado.
No passado mês de Maio, Francisco Gentil Viana foi objecto de propaganda nefasta pelas “milícias digitais” do MPLA, por ter realizado, em Luanda, um congresso que pensou Angola. Acusaram-no de ser da UNITA. O conteúdo da campanha revela que a mesma provem de grupos que estão dentro do MPLA, mas não estão dentro do espirito do MPLA. Interpretam que lutar pelo MPLA, é catalogar por “oposição” quem coloca Angola em primeiro lugar, como ousou fazer o “Chico” Viana que como o próprio escreve “pela mão do Camarada Hoji-Ya-Henda, tive a honra de partilhar momentos memoráveis, verdadeiras aulas de Patriotismo”.
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Francisco Gentil Viana, é filho do histórico Gentil Ferreira Viana, um alto dirigente da guerrilha do MPLA, que junto com Mário Pinto de Andrade, que liderava o Comité Director em Conacry, desencadeou intensa campanha diplomática para condenação do regime colonial e a afirmação da causa nacionalista angolana. Gentil Viana incompatibilizou-se mais tarde com o Presidente Neto por ligação a “revolta ativa”.
Em 1975, juntamente com muitos outros intelectuais do MPLA, o pai de Francisco Viana foi preso e só dois anos depois conseguiria a liberdade. Na prisão foi torturado e ferido com gravidade num olho, tendo ficado praticamente cego de uma vista. O general Broz Tito, Presidente da então Jugoslávia, intercedeu pela sua liberdade e o acolheu naquele país, logo após a saída da prisão.
Os ataques contra Francisco Gentil Viana, revelam crise de valores e militância no seio do regime desencadeada por - como dizíamos - alegados militantes que estão dentro do MPLA mas não estão dentro da espirito do MPLA. Insultam o Francisco Viana, Marcolino Moco, Tchizé Santos, e amanha irão atacar a Jessica ou a Giovana quando o pai deixar o poder.
Em “Diário de Exílio Sem Regresso”, Deolinda Rodrigues já revelava preocupação sobre este fenômeno que esta acontecer no MPLA.
José Gama
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